Por que alguns pacientes que tiveram Arbovirose Chikungunya continuam com artralgia por um longo período de tempo?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde Maranhão HU-UFMA
FONTE
Núcleo de Telessaúde Maranhão HU-UFMA
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
Os mecanismos fisiopatológicos da dor musculoesquelética e da artrite crônica após infecção pelo vírus da chikungunya são parcialmente conhecidos. Acredita-se que esses sintomas sejam decorrentes do escape precoce do vírus da chikungunya do interior dos monócitos e consequente realocação nos macrófagos sinoviais. Essa hipótese tem sido reforçada pela observação da persistência, por tempo prolongado, do vírus da chikungunya em tecidos musculares, articulares, hepático e linfoide.
Após a fase subaguda, alguns pacientes poderão ter persistência dos sintomas, principalmente dor articular e musculoesquelética. As manifestações têm comportamento flutuante.
A prevalência desta fase é muito variável entre os estudos, podendo atingir mais da metade dos pacientes. Os principais fatores de risco para a cronificação são a idade acima de 45 anos, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões articulares na fase aguda.
A poliartrite distal com artropatia deformante em alguns casos pode vir acompanhada de exacerbação das dores articulares e depressão com fadiga crônica. Indica-se anti-inflamatório não hormonal para alívio do componente artrítico.
O uso de analgésicos mais potentes como morfina ou uso de corticosteróides podem ser necessários para pacientes com dor intensa que não obtiveram alívio com os anti-inflamatórios não hormonais. Injeções intra-articulares de corticóide e uso de metotrexate são alternativas para pacientes com sintomas articulares refratários; Fisioterapia deve ser instituída gradualmente.
Nesse cenário o paciente deve ser acompanhado pelo reumatologista. Alguns medicamentos são usados em quadros persistentes subagudos ou crônicos (Cloroquina, Aciclovir, Ribavirina, Interferon-alfa, Corticóide, Anticorpos monoclonais e Methotrexate), porém ainda não existem ensaios clínicos robustos que demonstrem eficácia dos mesmos.
Acesso – Os profissionais da APS devem facilitar o acesso dos pacientes com sinais e sintomas de infecções febris e dores articulares.
Longitudinalidade – É importante o acompanhamento desses pacientes ao longo do tempo, pois com o vínculo é possível conhecer suas fragilidades e individualizar o seguimento. Pode-se ainda identificar aqueles com rede social frágil e dificuldade com as medicações, muitas dessas questões podem ser acompanhadas e acessadas pelos próprios ACS nas visitas domiciliares.
Coordenação do Cuidado – A equipe de saúde deve estar ciente e participar de recomendações que o paciente possa receber em serviços de pronto atendimento, ambulatórios especializados ou com outros profissionais fora do território de atuação do Centro de Saúde.
1. Murillo-Zamora E, Mendoza-Cano O, Trujillo-Hernández B, Guzmán-Esquivel J,Higareda-Almaraz E, Higareda-Almaraz MA, Sánchez-Piña RA, Lugo-Radillo A.Persistent Arthralgia and Related Risks Factors: A Cohort Study at 12 Months from Laboratory-Confirmed Chikungunya Infection. Arch Med Res. 2018 Apr 24. pii:S0188-4409(18)30108-5. Disponível em:
2. Murillo-Zamora E, Mendonza-Cano O, Trujillo-Hernández B, Sánchez-Piña RA. Gusmán-Esquivel J. Persistent arthralgia and related risks factors in laboratory-confirmed cases of Chikungunya virus infection in Mexico. Rev Panam Salud Publica. 2017 Jun 8;41:1-8. Disponível em:
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ASSUNTO(S)
sinais e sintomas enfermeiro l20 sinais/sintomas das articulações ne artralgia vírus chikungunya enfermeria
ACESSO AO ARTIGO
https://aps-repo.bvs.br/aps/por-que-alguns-pacientes-que-tiveram-arbovirose-chikungunya-continuam-com-artralgia-por-um-longo-periodo-de-tempo/Documentos Relacionados
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