POPULATION MOBILITY IN THE PRODUCTION OF REGIONAL METROPOLITAN SPACE: the case of Fortaleza / MOBILIDADE POPULACIONAL NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO METROPOLITANO REGIONAL: o caso de Fortaleza

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A superpopulação das metrópoles é um fato notório e desejado como um modo de viver urbano e moderno. As metrópoles oferecem as melhores condições de vida em termos de emprego, moradia, comodidades de transportes, de comunicação, de lazer e entretenimento, de cultura e de expressão política. Contraditoriamente, as metrópoles são um misto de opulência e miséria, que se reproduz espacialmente. A acumulação capitalista produz mobilidade do trabalho e da população ao mesmo tempo em que gera desigualdades sócioterritoriais. O cidadão metropolitano, notadamente os trabalhadores desempregados, subempregados, e por conta-própria estão sujeitos a constantes deslocamentos espaciais compulsórios ou voluntários, produzindo espacialidades e territorialidades no sentido centroperiferia. As favelas e os condomínios fechados das classes altas são modos de ocupação atual da periferia metropolitana brasileira. Mas hoje a periferia não está apenas na ocupação física da metrópole ou da sua região. Aumenta o hiato sociocultural entre as classes, e assim, tanto os bairros populares e as favelas podem ser lugares periféricos a dominação capitalista sobre o espaço, quanto tornarem-se vizinhos e centrais, em termos de paisagem e de território, requerendo (segundo a perspectiva capitalista dominante) uma reestruturação espacial para mudança de usos e de valorização da área, ou do bairro. Os trabalhadores metropolitanos mudaram suas estratégias clássicas de habitar. Além da autoconstrução e do loteamento irregular, adotaram as invasões de propriedades públicas e privadas, de áreas de preservação ambiental permanente, apropriando-se de diversos lugares da metrópole como solução para suas necessidades não apenas de moradia, mas de reprodução de sua força de trabalho. O imenso déficit habitacional produzido nas classes populares metropolitanas alimenta esse mercado popular de moradias, que, apesar de ser uma produção não-capitalista, faz parte do mercado imobiliário como um todo. Esta foi a discussão que se fez nesta tese a partir do estudo de caso de nove favelas invadidas e ocupadas por trabalhadores na metrópole de Fortaleza e em 16 favelas de seis municípios periféricos da região metropolitana, totalizando 801 famílias entrevistadas. Foi pelo método da geografia crítica e seguindo as técnicas de observação das estruturas sócio-espaciais, auxiliada pela análise de indicadores sóciodemográficos e dos discursos dos habitantes junto com a interpretação dos conflitos relativos aos deslocamentos compulsórios das famílias que se compreendeu a mobilidade populacional como um fenômeno contemporâneo básico de valorização capitalista do espaço associada à valorização capitalista mais global. Confirmando, portanto, alguns pressupostos teóricos adotados inicialmente, de que haveria uma relação mais geral, entre mobilidade da população, espaço metropolitano e acumulação capitalista.

ASSUNTO(S)

espaço metropolitano geografia space restructuring reestruturação espacial population mobility neoimperialism mobilidade populacional neo-imperialismo metropolitan space

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