Pontencial de cianobactérias para a biorremediação de águas e solos contaminados por arsênio / Potential of cyanobacteria for bioremediation of arsenic- contaminated water and soil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A contaminação de ambientes por arsênio (As) é uma ameaça cada vez mais presente nos ecossistemas aquáticos, especialmente aqueles próximos às áreas de mineração. Utilizando a capacidade de alguns microrganismos para tolerar e, ou, absorver contaminantes, muitos pesquisadores têm-se preocupado com esse problema. Estudos de técnicas de biorremediação utilizando microrganismos, entre estes as cianobactérias, consistem em remover íons tóxicos do ambiente com o auxílio de organismos vivos. Este estudo teve como finalidade investigar o efeito do As em culturas de unicianobactérias: Nostoc piscinale e Geitlerinema unigranulatum, por meio da avaliação do crescimento, absorção e efeitos tóxicos. O padrão de crescimento foi monitorado por meio da avaliação da produção de biomassa, utilizando-se a densidade ótica (DO750 nm) e a contagem do número de células mL-1, associado às determinações da concentração de proteína e tióis totais não protéicos e dos teores de Clorofila a (Chl a). Foram feitas também as análises das alterações morfológicas das células. As concentrações de As utilizadas foram de 0,0; 5,0; 50,0; 100,0; 150,0; 200,0; e 250,0 mg L-1, na forma de arseniato de sódio (Na2HAsO4 . 7H2O), sendo as análises realizadas após 10 dias de exposição. Os dados foram submetidos à análise de variância fatorial (ANOVA p <0,05) e, quando necessário, ao Teste de Comparação de Médias de Tukey (p <0,05). As cianobactérias apresentaram comportamento diferenciado quanto à tolerância ao As, cuja absorção foi proporcional ao aumento da concentração do metalóide no meio de cultura. N. piscinale atingiu o pico máximo de absorção no tratamento de 150 mg L-1, alcançando uma concentração de As equivalente 20,58 g-1 kg na biomassa seca. Em G. unigranulatum, o maior acúmulo de As ocorreu na dose de 200 mg L-1, atingindo a concentração de 6,83 g-1 kg na biomassa seca. O teor de proteínas em N. piscinale teve seu platô máximo de 781,19 g mL-1 na concentração de As de 50 mg L-1, correspondendo a aproximadamente 12% mais que o controle. Na dose de 100 mg L-1, G. unigranulatum produziu 30.737,28 g mL-1 de proteína, o equivalente a 42% a mais em relação ao controle. Em tióis totais não-protéicos, a maior concentração produzida em N. piscinale foi de 0,0587 nmol g- 1 e, em G. unigranulatum, foi de 0,0533 nmol g-1, na dose correspondente a 150 mg L-1 de As. Os teores mais elevados de Chl a foram observados no controle, tanto em N. piscinale (2,66 g ml-1 de Chl a) quanto em G. unigranulatum (4,25 g ml-1 de Chl a). Nos demais tratamentos ocorreu redução na produção de Chl a. As alterações morfológicas e visuais da toxicidade do As foram bem evidentes em N. piscinale, enquanto em G. unigranulatum não foram identificadas alterações tão significativas entre tratamento e controle. Os resultados indicaram que N. piscinale e G. unigranulatum podem ser potenciais alternativas em futuros estudos de biorremediação de ambientes impactados por As.

ASSUNTO(S)

arsênio arsenic cyanobacteria bioremediation botanica biorremediação cianobactérias

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