Política, psicanálise, cinema: a intolerância

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1996

RESUMO

Este trabalho enfoca a intolerância do século XX em uma das suas manifestações mais paradigmáticas, o nazismo. A Abordagem desse fenômeno é realizada através do cruzamento, no cenário político, de dois personagens muitos presentes neste século que acaba, a psicanálise e o cinema. A partir da iluminação desse cruzamento, a intolerância surge sob um novo olhar, voltado para a interseção da diversidade com a universalidade. A capacidade de fascínio exercida pelo cinema reside nos pontos de convergência. da subjetividade de quem assiste um filme. com a dos diversos personagens que participaram da sua elaboração. O cinema recoloca questões universais num cenário que, apesar do aparente distanciamento garantido pela alteridade dos personagens que se debatem na tela, volta a jogar cada espectador para a vivência subjetiva desses temas em si mesmo. A Psicanálise, por sua vez. nasce no espaço restrito das quatro paredes do consultório freudiano. Mas é justamente a partir dessa escuta que Freud vai sistematizando a teoria. ao perceber a periodicidade dos elementos subjacentes a esses discursos. A intolerância. tantas vezes retratada pelo cinema e sempre presente nos consultórios dos analistas, é também um elemento universal que se manifesta de diversas formas. Sob esse ponto de vista. o Terceiro Reich na Alemanha concretiza algumas das potencialidades presentes em qualquer ser humano. A presença latente da intolerância em cada um de nós não justifica os atos por ela desencadeados. Entretanto. a tentativa de eliminação das dimensões mais destrutivas do homem através da sua negação. tem-se mostrado infrutífera. Resta propor, à cada um. o exame minucioso dessas potencialidades e dos atos cotidianos por elas propiciadas

ASSUNTO(S)

ciencias sociais aplicadas nacional-socialismo linguagem cinematográfica anti-semitismo no cinema psicanálise e cinema anti-semitismo nazista intolerância no cinema

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