Plantas medicinais e de uso religioso comercializadas em mercados e feiras livres no Rio de Janeiro, RJ, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Botanica Brasilica

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-03

RESUMO

Esse estudo objetivou o levantamento das espécies comercializadas em feiras livres e mercados no Rio de Janeiro, a verificação da utilização (medicinais e/ou de uso religioso) e as formas de obtenção das mesmas (cultivo e/ou extrativismo em Mata Atlântica e/ou áreas ruderais). Foram visitadas quatro feiras livres e quatro mercados e realizadas coletas de campo, na Serra do Mendanha, acompanhadas por um informante. As informações foram provenientes de observação participante e entrevistas semi-estruturadas. Foram inventariadas 127 espécies pertencentes a 58 famílias, sendo Asteraceae (17 espécies), Lamiaceae (9), Leguminosae (7), Euphorbiacaea, Lauraceae, Piperaceae e Solanaceae (5) as de maior riqueza. A maioria das espécies é utilizada para fins terapêuticos (70,1%) e existe um relativo equilíbrio entre extrativismo (40,4%) e cultivo (52,8%) para estas, com poucas incluídas nos dois casos (6,7%). Em relação às plantas utilizadas para fins religiosos, constatou-se que o extrativismo (64,3%) sobrepõe-se ao cultivo (32,1%), com apenas 3,6% em ambos os casos. A coleta se dá predominantemente na Mata Atlântica (83,3%), em áreas que fazem parte ou circundam Unidades de Conservação. Isto reflete a crença de que estas espécies devam ser retiradas preferencialmente de seus locais de origem. Sugere-se que a pressão de coleta exercida sobre as plantas de uso religioso na Mata Atlântica contribua para a vulnerabilidade das mesmas.

ASSUNTO(S)

extrativismo mata atlântica etnobotânica rio de janeiro

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