Piramidação de genes de resistência à antracnose, ferrugem e mancha angular e estudos de alelismos em feijão comum / Pyramiding of resistance genes to anthracnose, rust and angular leaf spot and allelism studies in common bean

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi obter linhagens de feijão comum do grupo comercial "carioca" com resistência às principais doenças fúngicas da parte aérea do feijoeiro. Para isso, famílias F2:3 previamente obtidas e selecionadas por apresentarem marcas moleculares relacionadas a genes de resistência à antracnose (Co-10, Co-6, Co-5 e Co-42), ferrugem (Ur-ON) e mancha angular (Phg-1) foram avançadas até a completa fixação dos alelos de resistência. Em cada geração, marcadores moleculares do tipo SCAR associados aos genes de resistência foram utilizados para identificar plantas contendo todos os genes de interesse. Na geração F6, doze linhagens homozigotas foram identificadas (linhagens Rudá-R1) e utilizadas em cruzamentos com as cultivares/linhagens elite Pérola, BRSMG Talismã, VC 9, VC 3 e com uma isolinha da cultivar Rudá, piramidada para os genes Ur-11, Ur-5 e Ur-ON/Co-10 (linhagem Rudá- R2). Visando a seleção de famílias resistentes, populações F2 obtidas dos cruzamentos das linhagens Rudá-R1 com as cultivares/linhagens elite Pérola, BRSMG Talismã, VC 9 e VC 3 foram inoculadas com um patótipo de cada um dos agentes causais de antracnose, ferrugem e mancha angular. Já a população F2 obtida do cruzamento Rudá- R1 x Rudá-R2 foi genotipada com marcadores moleculares do tipo SCAR estreitamente ligados aos genes Co-6, Co-5, Co-42 e Ur-5. As plantas F2 selecionadas, por apresentarem resistência aos três patógenos, tiveram suas sementes multiplicadas, assim como as plantas selecionadas por apresentarem marcas moleculares relacionadas aos genes Co-6, Co-5, Co-42 e Ur-5 (cruzamento Rudá-R1 x Rudá-R2). Adicionalmente, as doze linhagens homozigotas (Rudá-R1) foram avaliadas em dois ensaios de campo, realizados nas safras do "inverno" de 2007 e da "seca" de 2008, enquanto as famílias F2:4 provenientes dos cinco cruzamentos supracitados foram avaliadas em campo apenas na safra da "seca" de 2008. O delineamento experimental utilizado nos dois experimentos foi o látice quadrado triplo. Uma caracterização da resistência das linhagens homozigotas (Rudá-R1) a diferentes patótipos de antracnose, ferrugem e mancha angular, também foi realizada, em casa de vegetação. A análise conjunta das duas safras evidenciou que a produtividade de grãos das linhagens homozigotas obtidas (Rudá-R1) é equivalente à produtividade das cultivares modernas. No entanto, para o caráter aspecto de grão, estas linhagens são significativamente inferiores às testemunhas comerciais. Em relação à antracnose e à mancha angular, as doze linhagens apresentaram espectro de resistência idêntico ao dos genitores doadores G 2333 (Co-42 e Co-5) e AND 277 (Phg-1). No caso da ferrugem, uma maior variabilidade no espectro de resistência das linhagens foi observada, embora, de modo geral, elas tenham apresentado resistência comparável a do genitor doador Ouro Negro (Ur-ON). Dos cinco cruzamentos realizados com as linhagens Rudá-R1, apenas o cruzamento Rudá- R1 x Rudá-R2 não gerou famílias com aspecto de grão similar ao das cultivares modernas. No entanto, o potencial de extração de famílias superiores para o caráter rendimento de grãos foi o mesmo para as cinco populações avaliadas. Outro propósito deste trabalho foi caracterizar os genes que determinam a resistência à antracnose nas cultivares Widusa e AND 277. Para tanto, estas duas cultivares foram cruzadas com fontes de resistência à antracnose já caracterizadas. As populações segregantes obtidas destes cruzamentos foram avaliadas em relação à resistência a distintos patótipos do agente causal da antracnose. Como resultado ficou constatado que os genes de resistência à antracnose presentes nas cultivares Widusa e AND 277 segregam de forma independente dos locos de resistência Co-4/ Co-42, Co-5, Co-6 e Co-11, mas que não segregam em relação aos locos Co-1 e Co-3/Co-9. Como conclusão destes trabalhos, pode-se dizer que os marcadores moleculares empregados no processo de obtenção das linhagens Rudá-R1 foram eficientes na piramidação dos genes Co-42, Co-5, Co-6, Phg-1 e Ur-ON/Co-10; que estas linhagens constituem uma fonte adaptada de importantes genes de resistência a doenças para uso em programas de melhoramento do feijoeiro do Brasil; por fim, que tanto a cultivar Widusa quanto a AND 277 apresentam alelos de resistência à antracnose nos locos Co-1 e Co-3/Co-9.

ASSUNTO(S)

melhoramento vegetal phaseolus vulgaris colletotrichum lindemuthianum uromyces appendiculatus pseudocercospora phaseolus vulgaris colletotrichum lindemuthianum uromyces appendiculatus pseudocercospora

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