Pesquisa de anticorpos antigliadina e anticorpos antiendomísio classes IGA, em pacientes com doenças reumatológicas auto-imunes do ambulatório de reumatologia do Hostipital das Clínicas UFMG

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Realizou-se estudo clínico, transversal, com o objetivo de investigar a prevalência de exames sorológicos positivos para doença celíaca, especificamente anticorpos antigliadina (AGA) das classes imunoglobulina A (IgA) e imunoglobulina G (IgG) e anticorpos antiendomísio classe IgA (EmA), em pacientes com doenças reumatológicas auto-imunes acompanhados no Ambulatório de Reumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Procurou-se também avaliar a correlação entre a positividade dos testes sorológicos com o uso de prednisona e de medicamentos imunossupressores. Os pacientes com exames sorológicos suspeitos para doença celíaca foram submetidos a biópsia duodenal endoscópica e o material obtido examinado por patologista experiente. De novembro de 2005 a março de 2007, avaliaram-se 190 pacientes adultos e pediátricos, com diagnósticos reumatológicos já estabelecidos previamente, divididos nos seguintes grupos: lúpus eritematoso sistêmico (LES) (n= 69), artrite reumatóide (AR) (n= 48), artrite reumatóide juvenil (ARJ) (n= 32) e espondiloartropatias (n= 41). Em todos foi realizada pesquisa de AGA IgA e AGA IgG por ensaio imunoenzimático enzime linked immunosorbent assay (ELISA) e pesquisa de EmA por imunofluorescência indireta, utilizando-se como substrato cordão umbilical humano. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os quatro grupos de pacientes em relação às leituras de densidade óptica dos AGA IgA e dos AGA IgG. Houve quatro soros positivos (2,1%) para AGA IgA, todos com resultados negativos para AGA IgG e EmA, sendo dois deles de pacientes com AR, um com LES e um com ARJ. Três soros (1,6%) tiveram resultado positivo para AGA IgG, todos com resultado negativo para AGA IgA e EmA, sendo um de paciente com LES, um com AR e um com espondiloartropatia relacionada à doença de Crohn. Todos os sete pacientes com anticorpos antigliadina positivos foram submetidos à biópsia duodenal endoscópica. Na pesquisa de EmA, a diluição do soro em 1:2,5 mostrou resultados positivos em 94 pacientes (49,5%); e na diluição de 1:5, em 41 (21,6%). Em 11 indivíduos obteve-se resultado positivo para EmA na diluição 1:40, correspondendo a três pacientes com LES, quatro com AR e quatro com espondiloartropatias, sendo realizadas biópsias endoscópicas duodenais em nove deles. O material de biópsia foi considerado satisfatório para análise histológica em todos os 16 pacientes estudados, não se constatando alterações significativas da mucosa duodenal em nenhum deles. Todos os soros positivos para EmA apresentaram resultado negativo para a pesquisa de anticorpos antitransglutaminase tecidual classe IgA (tTG). A positividade para EmA associouse a leituras de densidade óptica mais altas para AGA IgA, mas não se observou relação entre positividade de EmA e as leituras de densidade óptica de AGA IgG. O uso de prednisona e de imunossupressores não se relacionou às leituras de densidade óptica dos AGA IgA, tampouco dos AGA IgG. O uso dessas medicações se relacionou, contudo, à menor positividade para EmA. Em conclusão, os resultados positivos para AGA IgA, AGA IgG ou EmA não implicaram na presença de doença celíaca na população estudada. Mais estudos são necessários para se avaliar com maior acurácia a prevalência dessa doença em pacientes reumatológicos.

ASSUNTO(S)

doenças reumáticas/complicações decs imunofluorescência decs gastroenterologia teses. gliadina/imunologia decs auto-anticorpos/imunologia decs dissertação da faculdade de medicina. ufmg dissertações acadêmicas decs adulto decs doença celíaca/diagnóstico decs testes sorológicos/utilização decs

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