Perfil transfusional em diferentes tipos de unidades de terapia intensiva

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Anestesiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-06

RESUMO

Justificativa e objetivos: Anemia é um achado clínico frequente nas UTIs. A transfusão de hemácias é a principal forma de tratamento, apesar dos riscos a ela associados. Dessa forma, propusemos avaliar o perfil transfusional dos pacientes em diferentes UTIs. Métodos: Análise prospectiva dos pacientes internados nas UTIs de um hospital universitário terciário com indicação de transfusão de concentrado de hemácias. Foram coletados características demográficas e o perfil transfusional, foi feita análise univariada e foram considerados significativos resultados com p = 0,05. Resultados: Foram analisadas 408 transfusões em 71 pacientes. A concentração média de hemoglobina na internação foi 9,7 ± 2,3 g/dL e a concentração pré-transfusional 6,9 ± 1,1 g/dL. As principais indicações de transfusão foram a concentração de hemoglobina (49%) e o sangramento ativo (32%). O número mediano de unidades transfundidas por episódio foi 2 (1-2) e a mediana do tempo de estocagem foi 14 (7-21) dias. O número de pacientes transfundidos com hemoglobina acima de 7 g/dL e o número de bolsas transfundidas por episódio foram significativamente diferentes entre as UTIs. Pacientes que receberam três ou mais transfusões tiveram maior tempo de ventilação mecânica e de permanência na UTI e maior mortalidade em 60 dias. Houve associação da mortalidade com gravidade da doença, mas não com as características transfusionais. Conclusões: A prática transfusional de hemocomponentes esteve parcialmente de acordo com as diretrizes preconizadas, embora haja diferença de conduta entre os diferentes perfis de UTIs. Pacientes transfundidos evoluíram com desfechos desfavoráveis. Apesar da escassez de sangue nos bancos de sangue, o tempo médio de estocagem das bolsas foi elevado.

ASSUNTO(S)

transfusão hemoglobina unidade de terapia intensiva hemocomponentes

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