Perfil das condutas médicas que antecedem ao óbito de crianças em um hospital terciário
AUTOR(ES)
Tonelli, Henrique A.F., Mota, Joaquim A.C., Oliveira, José S.
FONTE
Jornal de Pediatria
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005-04
RESUMO
OBJETIVO: estudar o perfil de assistência aos pacientes pediátricos que evoluem para o óbito em um hospital universitário, incluindo descrição dos modelos, comparações entre setores, associações de fatores, participações envolvidas e registro das decisões. MÉTODOS: estudo transversal observacional. Foram revistos por um dos autores os registros médicos e de enfermagem dos pacientes falecidos, tendo sido aplicados entrevistas e questionários aos membros da equipe assistente. O período do estudo foi de 12 meses (de 01º de maio de 2002 a 30 de abril de 2003). RESULTADOS: foram analisados 106 casos. Os modelos de assistência mais empregados no hospital foram não-oferta de suporte de vida (51,9%) e reanimação malsucedida (44,3%). As decisões de não reanimar foram mais tardias no centro de tratamento intensivo (p < 0,05). A categoria restritiva de assistência foi mais prevalente na unidade neonatal e entre os portadores de doenças limitantes da sobrevida (p < 0,05). Entre as formas mais comuns de participação profissional nas decisões, destacaram-se médicos plantonistas e residentes, isoladamente (52,8%), e a equipe médica (31,1%). O envolvimento dos pais ou responsáveis foi registrado em 20,8% dos casos. Na amostra total, foram observados sete casos (6,6%) de registros dúbios ou discordantes da reanimação cardiopulmonar em prontuário. CONCLUSÕES: os procedimentos de restrição terapêutica são freqüentes, especialmente na unidade neonatal. São ainda desprezíveis, entretanto, o diagnóstico de morte encefálica e a suspensão ativa do suporte avançado de vida. As decisões de não-reanimação, especialmente no Centro de Tratamento Intensivo, são geralmente tardias. São falhos os processos de decisões participativas e de registro das decisões em prontuário na amostra.
ASSUNTO(S)
assistência terminal ordens quanto à conduta (ética médica) contenção de tratamento relações profissional-família morte pacientes internados
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