Percepção dos usuários sobre um serviço de assistência especializada em HIV e AIDS
AUTOR(ES)
Karina Gutierrez da Silva Guilherme
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
20/10/2010
RESUMO
A questão da aids no Brasil, tem sido foco de inúmeras reflexões e desafios. Dentre eles, destacam-se a preocupação e a atenção com as pessoas que vivem com HIV e aids e seu tratamento. Na tentativa de amparar esta população, surgiu o Serviço de Assistência Especializada em HIV e aids (SAE) que oferece atendimento multiprofissional humanizado. Primar pelo atendimento das necessidades e das expectativas destes usuários, visando sua satisfação é um dos princípios do SAE. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi o de conhecer a percepção dos usuários sobre o SAE de uma cidade de pequeno porte, em relação aos serviços prestados pelos profissionais e pela instituição. A metodologia empregada foi a de abordagem qualitativa, através de entrevistas individuais com um roteiro de perguntas direcionadoras. A população de estudo foram os usuários deste SAE, em tratamento antirretroviral, que estavam frequentando o serviço há, no mínimo, um ano. Foram realizadas dez entrevistas, os discursos foram gravados e transcritos e a análise dos dados foi realizada através da análise de conteúdo de Bardin. Dos resultados emergiram quatro categorias de análise: vivendo com o HIV; descobrindo o serviço de saúde; a organização do serviço de saúde; e o atendimento dos profissionais do serviço. A primeira categoria traz a vivência dos usuários após a descoberta da infecção e ao preconceito por ser portador deste vírus. A segunda categoria abrange a percepção que os usuários têm, ao conhecer o serviço especializado em HIV/aids, incluindo a forma de recepção, o transporte e a rotina de precisar frequentar o serviço. A terceira reúne a visão dos usuários sobre como se estrutura, atualmente, o serviço prestado, no que diz respeito à forma de agendamento, ao tempo de espera, ao dia exclusivo de atendimento, ao espaço físico e ainda traz sugestões para o serviço. E por fim, a última categoria mostra como os usuários percebem os atendimentos dispensados pelos profissionais do serviço em diversas áreas: grupo de apoio, atendimento geral, área médica, enfermagem, psicologia, farmácia, laboratório e em relação ao sigilo dos mesmos. No geral, as percepções dos usuários em relação ao serviço e ao atendimento dos profissionais foram satisfatórias, destacando o bom acolhimento, a atenção e a humanização. Eles percebem como importante os momentos em que podem compartilhar com outros usuários os mesmos sentimentos que estão vivenciando. Acreditam no sigilo, mas temem por profissionais não ligados ao serviço, evidenciando o medo do preconceito. Surgiram queixas em relação ao espaço físico pequeno e com pouca privacidade; a dificuldade em agendar com outras especialidades; a necessidade constante de justificar sua ausência no trabalho; e ao sentimento de discriminação pelos profissionais de alguns setores. Espera-se ainda que esta pesquisa possa contribuir para uma melhora na qualidade das ações de saúde empregadas pelos profissionais deste SAE.
ASSUNTO(S)
patients continuum of care aids (disease) aids (doença) aids (doença) - pacientes - acompanhamento terapêutico aids (doença) - cuidados primários de saúde serviços de saúde - avaliação aids (disease)
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000160329Documentos Relacionados
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