¿Pegar, ficar, namorar...¿ jovens mulheres e suas práticas afetivo-sexuais na contemporaneidade

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A problemática focalizada neste estudo envolveu questionar algumas práticas afetivo-sexuais contemporâneas, usualmente associadas aos/às jovens, particularmente as nomeadas como pegar, ficar e namorar. Nele também foram colocados em destaque discursos invocados para dar sustentação a tais práticas e que engendram representações acerca das mesmas. O estudo foi conduzido a partir de discussões conduzidas com três grupos de jovens mulheres estudantes de uma escola de Ensino Fundamental, da rede pública municipal, localizada em um bairro periférico de um município da região metropolitana de Porto Alegre, RS, cujas idades variavam de 13 a 16 anos, tendo como campos inspiradores os Estudos Culturais e os Estudos de Gênero e Sexualidade, que seguem o pensamento pós-estruturalista. Procedeu-se a análises culturais para compor as narrativas pinçadas nos depoimentos das participantes, tendo-se organizado os encontros que os possibilitaram a partir de uma aproximação da abordagem metodológica Grupo Focal. Em tais encontros buscou-se problematizar os modos de viver a sexualidade juvenil, procurando, ao mesmo tempo, circular no contexto sócio-cultural em que essas jovens vivenciaram tais práticas. Nos relatos dessas jovens foi possível identificar algumas modificações de algumas práticas afetivo-sexuais, quando essas foram comparadas a outras caracterizadas como peculiares a outras épocas e contextos sociais. É interessante indicar, no entanto, que as jovens participantes do estudo acatavam em muitos aspectos, dentre as quais destaco as aspirações de relacionamentos pautados nos ideiais de amor romântico e heretonormativos, a partir de discursos morais professados por suas famílias e pela escola e, de um modo geral, evidenciando o quando julgavam as práticas alheias e externavam suas aspirações futuras relativamente a seus relacionamentos afetivo-sexuais. Mas, cabe considerar, que a sexualidade envolve também desejos, carne, fluxos e, desde este ponto de vista, tudo se torna menos determinado, mais escorregadio, e por isso cheio de contradições continuidades e descontinuidades, que impregnam as práticas que focalizei. Cabe registrar, ainda, que a escola foi referida pelas participantes do estudo como um dos principais locais de sociabilidade e vivência de experiências afetivo-sexuais.

ASSUNTO(S)

youth mulher sexuality juventude gender sexualidade cultural studies gênero estudos culturais school

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