Paulo Freire entre o grego e o semita : Educação : filosofia e comunhão
AUTOR(ES)
Benedito Eliseu Leite Cunha
DATA DE PUBLICAÇÃO
1992
RESUMO
O estudo encontra enlace hermeniutico no interior da própria obra do educador e pedagogo Paulo Freire. Este enlace consiste em pendência entre o apelo político e o apelo ético de transformação da realidade, exigência do trabalho educativo. De algum modo, é a significação do marxismo e do cristianismo em sua Pedagogia no Oprimido. Na verdade, a pendência não lhe é exclusiva, e perpassa a cultura ocidental enquanto encontro não resolvido entre a cultura helênica e a cultura semita. Por isso, o estudo se abre por exposição do quadro geral de uma e outra cultura, referindo pesquisas de Enrique Dussel e o pensamento de Emmanuel Lévinas. Á luz dessa pendência, o estudo desdobra na Pedagogia do Oprimido a implicação de Ser Razão e Bem Desejo. Se a primeira é operacionalidade humana por Teoria e Prática, a segunda descobre o homem entre o Ateísmo e Teísmo. A primeira é própria do conhecimento no interior da obra política, mas a segunda remete o homem para o drama da decisão ética. Esta decisão esta sempre o mesmo de si mesmo e o outro de si mesmo. Desejo e Desejo, é o mesmo que eu e eu. Faltou em Paulo Freire labor teórico que discernisse o político e o ético, conformando-se sobrepor política e educação. Embora Paulo Freire acentue o diálogo na educação e na política, não remeteu teoricamente a mediação do diálogo à responsabilidade por outrem, o que a metafísica da aliança ou desejo metafísico podem fundar. O autor do estudo pensa a educação procendendo a política. O testemunho de responsabilidade é o próprio fato da educação, o que é absoluto. Tudo mais da filosofia à ciência da política à técnica, é mediação relativa à comunhão interumana. O desejo do bem procede à razão do ser, desse modo configurando a prática educativa. O desejo do bem é amor e fecundidade, desde homem e mulher, imagem e semelhança de Iahweh. Paulo Freire não entrevê esse fundamento, e põe a educação primeiramente na cidade, não a pondo na família. Assim, não expande para toda a educação e a (ro) tica, quer dizer, a carne inter-humana boa e generosa. No entanto, estas não são intenções de todo avessas ao grande educador. Contrariamente a um pensamento da história caminhando por desfecho racional, o autor se empenha na história enquanto ?sensato desencontro de amor?, pondo a apocalíptico de únicos face-face como lugar da educação da humanidade, para a liberdade ética e política. A pretensão do estudo é também proporcionar ao leitor documentação e organização do pensamento brasileiro. Tendo este abordado e educativo da forma mais ampla, ainda lhe falta uma obra de síntese da variada gama temática de seu pensamento
ASSUNTO(S)
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