Parque Estadual de Ilhabela e comunidades tradicionais: uma contribuição ao estudo das unidades de conservação
AUTOR(ES)
Gil Carlo Bindi
DATA DE PUBLICAÇÃO
1997
RESUMO
Face aos impasses gerados pelo intenso processo de urbanização do litoral norte paulistanas últimas décadas, considera-se indispensável a abertura de esforços para tornar o sistema de planejamento urbano capaz de internalizar a gestão dos recursos numa ótica Sensível à questão ambiental. A intensificação dos conflitos resultantes da disputa pelo acesso aos recursos litorâneos desta região trouxe consigo problemas sócio-ambientais agudos no tocante ao desmatamento, à erosão, à contaminação dos recursos hídricos, à desestruturação da paisagem e dos valores culturais, à marginalização, enfim à qualidade de vida da população com residência local fixa. A criação do Parque Estadual de Ilhabela (1977) desassociou as realidades Sociais consolidadas na área, estabelecendo a proibição de qualquer tipo de atividade humana no seu interior. Atualmente, a sua não efetiva consolidação como Unidade de Conservação e a existência de comunidades tradicionais em seu interior e entorno, acarretaram vários impactos sociais negativos. O esgotamento do solo nas áreas cultivadas , devido à proibição das técnicas tradicionais de agricultura baseadas nos períodos de pousio, levou a uma queda geral da produtividade. Vários autores, a partir da década de 1970 detectaram o empobrecimento e proletarização desta população, assim como o aumento da pressão imobiliária sobre o seu espaço. As mudanças das atividades econômicas dos pescadores artesanais, provocadas pela expansão urbana sobre seus espaços, redirecionaram-se para o atendimento ao turismo, com impactos sobre a ocupação do solo e do mar, inviabilizando as formas tradicionais de trabalho. Devido à importância que as áreas de preservação representam a todos os municípios da região do litoral norte paulista, reforça-se a necessidade de integrar a preservação dos recursos naturais ao atendimento das necessidades sociais básicas das comunidades sediadas no entorno e mesmo no interior das Unidades de Conservação. O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, implantado pela lei 7.661/1988, e os seus respectivos Planos estaduais, assim como o Projeto de Proteção da Mata Atlântica (1996), vêm aglutinar a uma superposição de legislações que não garantiram a integridade e o uso racional dos recursos da região. Dois pontos fundamentais destes projetos a oficialização da participação direta das comunidades locais na elaboração dos Planos de Gestão e a tentativa de integração das Unidades de Conservação aos processos sócio-econômicos regionais são os alicerces Para qualquer discussão acerca de Desenvolvimento Sustentável
ASSUNTO(S)
ciencias sociais aplicadas politica ambiental mata atlantica desenvolvimento sustentavel parque estadual de ilhabela, sp praia do bonete -- ilhabela, sp areas de preservacao litoral norte paulista
ACESSO AO ARTIGO
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6421Documentos Relacionados
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