Parâmetros clínicos e laboratoriais no diagnóstico diferencial de efusões pleurais secundárias à tuberculose ou ao cancer
AUTOR(ES)
Antonangelo, Leila, Vargas, Francisco Suso, Seiscento, Marcia, Bombarda, Sidney, Teixera, Lisete, Sales, Roberta Karla Barbosa de
FONTE
Clinics
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar as características clínicas e laboratoriais de derrames pleurais secundários à tuberculose ou câncer. MÉTODOS: Um total de 326 pacientes com derrame pleural por tuberculose (n=182) ou câncer (n=144) foi avaliado. Os seguintes parâmetros foram analisados: sexo e idade dos pacientes e características do líquido pleural (tamanho, localização, aspecto macroscópico, concentração de proteínas, atividade da desidrogenase lática (DHL) e da adenosina deaminase (ADA) e contagem de células nucleadas). RESULTADOS: A tuberculose pleural predominou nos pacientes mais jovens e do sexo masculino. Em ambos os grupos, os derrames pleurais foram de tamanho moderado e unilaterais. Derrames com aspecto amarelo-citrino com níveis mais elevados de proteínas predominaram na tuberculose (5,3 ± 0,8 g/dL), quando comparados aos neoplásicos (4,2 ± 1,0 g/dL), enquanto que níveis mais elevados de DHL foram observados nos derrames neoplásicos (1.177 ± 675 x 1.030 ± 788 UI; p = 0,003). Conforme esperado, a atividade da ADA foi maior na tuberculose que no câncer (107,6 ± 44,2 x 30,6 ± 57,5 U/L; p < 0,001). Ambos os derrames apresentaram alta celularidade, embora mais pronunciada no grupo neoplásico (p < 0,001). Os derrames de etiologia tuberculosa se caracterizaram por apresentar uma maior percentagem de leucócitos e de linfócitos (p < 0,001) e um pequeno número de células mesoteliais (p = 0,005). Linfócitos e macrófagos foram as células nucleadas que predominaram nos derrames pleurais malignos. CONCLUSÃO: Nossos resultados demonstram que em exsudatos pleurais linfocíticos de pacientes com evidências clínicas e radiológicas de tuberculose, os níveis de proteína e de ADA foram os parâmetros que melhor caracterizaram esses derrames. Da mesma maneira, quando a suspeita clínica é câncer, um líquido serohemorrágico e linfocítico deve ser submetido à citologia oncótica, uma vez que este exame laboratorial de fácil realização e baixo custo apresenta alto desempenho diagnóstico (@ 80%). Neste contexto, sugerimos que a toracocentese, com exames bioquímicos e citológicos do líquido pleural, seja a primeira abordagem diagnóstica do paciente.
ASSUNTO(S)
derrame pleural neoplasia tuberculose pleural adenosina deaminase exsudatos
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