Para nadar sem carregar repolhos: construindo um entendimento biologicamente orientado para as relações entre linguagem, cognição e cultura

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Num contexto disciplinar caracterizado pelo surgimento de abordagens que buscam o entendimento das inter-relações de fenômenos lingüísticos com processos observados em outros domínios, o presente estudo avalia a adequação de um modelo explicativo oriundo da biologia, denominado Biologia do Conhecer, para a compreensão de relações observadas entre fenômenos lingüísticos, cognitivos e culturais. Tal proposta distingue-se do que foi marcadamente convencional durante o século XX no âmbito dos estudos lingüísticos, uma vez que aquela tradição teórica concebia linguagem como um instrumento mental constituído essencialmente por um conjunto de regras de natureza lógico-simbólica operando de maneira independente de outros domínios de fenômenos, dificultando as aproximações aqui visadas. Inscrevendo-se no campo disciplinar da Lingüística Antropológica, a dissertação propõe uma avaliação da utilidade dos conceitos de linguagem, cognição e cultura tal como definidos na Biologia do Conhecer apontando como exemplos reformulações, nesta perspectiva, da noção de relatividade lingüística proposta por Benjamin Whorf e retomada por autores contemporâneos, e de aspectos da Teoria da Relevância proposta por Dan Sperber e Deirdre Wilson. Conclui recapitulando as principais características da proposta explicativa aqui examinada e mencionando algumas considerações mais gerais, em termos de questões presentes em nosso mundo efetivo, sobre a importância de atentarmos para e compreendermos as relações observáveis entre nossas práticas lingüísticas, cognitivas e culturais.

ASSUNTO(S)

antropolingüística teses. teoria da relevância representação mental teses. linguagem teses. cognição e cultura teses. relatividade (lingüística)

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