Os preditores da mortalidade em esplenectomias não traumáticas

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-12

RESUMO

RESUMO CONTEXTO: Há alguns estudos que examinam fatores prognósticos em esplenectomias não traumáticas em comparação com os traumáticos. OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo avaliar os preditores de mortalidade em pacientes submetidos à esplenectomia para doenças do baço não traumático. MÉTODOS: Os prontuários dos pacientes, submetidos à esplenectomia total não traumática para doenças do baço em um centro terciário entre janeiro de 2009 e dezembro de 2019, foram revisados retrospectivamente. Os critérios de exclusão incluíram pacientes menores de 18 anos, esplenectomias parciais, esplenectomias aplicadas para facilitar a cirurgia para a malignidade em órgãos contíguos e esplenectomias realizadas durante o transplante hepático. As lesões esplênicas iatrogênicas foram consideradas trauma e esses casos também foram excluídos. RESULTADOS: O presente estudo incluiu 98 pacientes. Nove (9,2%) pacientes morreram. Na análise univariada, idade, presença de neoplasia hematológica, hematócrito, hemoglobina, contagem de glóbulos brancos, razão entre neutrófilos-linfócitos, indicações de esplenectomia, aplicação de cirurgia de emergência, técnica cirúrgica e transfusão de componentes sanguíneos foram significativamente associadas à mortalidade. Na análise multivariada, a presença de malignidade hematológica [P=0,072; OR=7,17; (IC: 0,386-61,56)], aplicação de cirurgia de emergência [P=0,035; OR=8,33; (IC: 1,165-59,595)] e leucocitose [P=0,057; OR=1,136; (IC: 0,996-1,296)] verificou-se que estão positivamente associados à mortalidade. CONCLUSÃO: Neoplasia hematológica, cirurgia de emergência e leucocitose foram os preditores independentes da mortalidade em pacientes, operados por doenças não traumáticas do baço. Uma avaliação pré-operatória minuciosa, intervenção terapêutica precoce e técnicas cirúrgicas avançadas são importantes e podem servir para minimizar complicações e mortalidade em caso de inevitável esplenectomia. Pesquisas imunológicas podem fornecer novas oportunidades terapêuticas que podem impactar positivamente nos pacientes, minimizando a morbidade e a mortalidade.

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