Os múltiplos colaboradores como propulsores de um processo de aprendizagem social para a construção do desenvolvimento sustentável nas empresas

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/02/2011

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar a relação que se estabelece entre as empresas e os múltiplos colaboradores acerca do tema sustentabilidade. A intenção foi discutir de que forma esta relação engaja diferentes tipos de atores da sociedade em um processo de aprendizagem social por meio de entendimento de problemas, conflitos, dilemas sociais e como os envolvidos criam estratégias de desenvolvimento considerando diretrizes da sustentabilidade. Pretendeu-se, com isto, compreender os limites, as contradições, as possibilidades e os paradoxos dessa relação. A pesquisa apoiou-se em autores como Pahl-Wostl, Jacobi, Granja e Franco e Waddell no que diz respeito a teoria de aprendizagem social e Sachs e Elkington como aportes teóricos para a sustentabilidade. Para tanto, optou-se pelo estudo de um projeto no qual fosse observado uma interação entre atores sociais com distintas visões, formações, convicções e valores sobre a realidade em que atuam, mas que possuem um objetivo maior comum, que é atuar em acordo com as metas do desenvolvimento sustentável. Desta forma, foi conduzido um estudo qualitativo interpretativo básico em onze organizações que fazem parte do Projeto Articulações para a Sustentabilidade: uma grande empresa, três pequenas e médias empresas, três instituições capacitadoras, uma agencia de cooperação técnica alemã, três instituições sem fins lucrativos, sendo uma delas voltada para a pesquisa e o desenvolvimento de conhecimento em temas da gestão empresarial. Os dados, coletados por meio de análise documental e de entrevistas semi-estruturadas, foram analisados com inspiração na proposta de análise de dados qualitativos de Flores. As análises descrevem as diferenças sobre como vem sendo operacionalizado o conceito de sustentabilidade pelos integrantes do projeto; o movimento de aproximação dos atores sociais; o processo de aprendizagem social e alguns elementos para a reflexão na percepção dos entrevistados para aprimorar a aprendizagem em direção ao desenvolvimento sustentável. Os resultados revelam um programa robusto, mas que, se avança por um lado, há limites evidentes e contradições em sua atuação por outro. O projeto foi capaz de fazer com que pequenas e médias empresas incorporassem diretrizes sustentáveis, se engajassem no discurso; lançou mão de estratégias de aprendizagem ricas como troca de experiência entre os parceiros; cursos formais; encontros informais; entretanto, não rompeu ainda com a primazia da preocupação econômica das pequenas e médias empresas, o que se revelou no discurso dos entrevistados quando claramente afirmaram que os objetivos econômicos ainda sobrepujam as metas sociais e ambientais. Apesar disso, de alguma forma, foi possível observar que houve apropriação da idéia de sustentabilidade, já que todos os participantes, em menor ou maior grau, desenvolvem ações neste sentido. O projeto permitiu a interação entre diferentes atores sociais que se influenciam mutuamente nas regiões onde ele se estabelece. Tal interação promoveu um ambiente propício para a aprendizagem social, mas que ainda demanda um esforço conjunto e contínuo, para que se aprimorem os vínculos de confiança, comprometimento e solucionem os dilemas inerente ao processo de forma mais participativa. Uma maior aproximação dos envolvidos, a ampliação do uso de espaços informais para debates e uma metodologia que reforce mais efetivamente a integração dos três pilares da sustentabilidade, econômico, social e ambiental são pontos de atenção que precisam ser aprimorados para alavancar o processo de aprendizagem dos envolvidos no projeto.

ASSUNTO(S)

aprendizagem social desenvolvimento sustentável múltiplos colaboradores social learning sustainable development multi-party collaboration administracao de empresas

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