Os Meninos de Rosa: sobre vítimas e algozes, crime e violência

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Pagu

DATA DE PUBLICAÇÃO

08/01/2018

RESUMO

Resumo Este artigo objetiva tratar das aproximações e dos distanciamentos entre duas figuras fundamentais para os processos de Estado, as vítimas e seus algozes. Estruturando-se a partir de dois momentos etnográficos distintos, o momento da entrevista com Rosa, uma militante de Direitos Humanos e mãe de Gabriel, um menino cujo assassinato teria sido motivado por homofobia, e o momento da sessão do tribunal do júri que levou à condenação dos dois acusados por esse homicídio, este texto tematiza as “reciprocidades constitutivas” entre relações de gênero, sexualidade, classe, racialização, geração etc. que compõem as narrativas e experiências muito próximas da vítima e dos algozes e fazem de todos eles alvos prioritários dos processos mais amplos de criminalização e violência. Considerando, ainda, a relevância das noções de “crime” e “violência” na contextura das formas estatais de inteligibilidade, este texto aborda, também, o lugar do crime no interior daquelas reciprocidades constitutivas, distinguindo-o do objeto central dos confrontos em que Rosa se encontra implicada, a violência, então compreendida como o excesso, o inadmissível narrativo que, contraditoriamente, compõe a possibilidade de reconhecimento das vítimas, os meninos de Rosa.

ASSUNTO(S)

violência crime vítima algoz

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