Os limites da inserção internacional competitiva em setores de alta tecnologia : o caso da indústria de computadores no Brasil / The limits of competitive international insertion in high technology industries : the brazilian computer industry case

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/08/2011

RESUMO

As sucessivas tentativas de construção de uma indústria de computadores no Brasil têm fracassado em internalizar os elos da cadeia que geram maior valor. No entanto, observa-se que o segmento de montagem de computadores tem uma forte presença de empresas privadas nacionais, porém estas empresas não conseguem se inserir internacionalmente. A partir deste fato, é elaborado o objetivo desde estudo: ao analisar a evolução da indústria mundial e nacional de computadores procura-se examinar se os elementos que conferem competitividade à indústria nacional de computadores no mercado interno são suficientes para promover sua inserção no mercado internacional. A indústria mundial de computadores pode ser divida em dois grupos de empresas: as empresas que dominam as competências ligadas ao núcleo do paradigma - no caso atual, a Microsoft e a Intel- e que são responsáveis por deslocar a fronteira tecnológica da indústria; e as empresas cujas competências são focadas em elementos complementares do paradigma. No segundo grupo, apesar do direcionamento de competências a elementos complementares, a competitividade das empresas é mantida por meio de suas inovações. A indústria nacional de computadores sempre teve sua consolidação pautada somente na exploração do mercado interno, fato que não se alterou ao longo dos anos. Este fato tem como conseqüência a geração de uma competitividade localizada somente no âmbito nacional e independente de competências tecnológicas. Ao analisarmos a Positivo, que é utilizada para ilustrar toda a indústria nacional de computadores, percebeu-se que os elementos que lhe geram competitividade não estão embasados em competências tecnológicas. Um primeiro ponto a ser destacado é que a competitividade da Positivo está restrita aos desktops, produtos tecnologicamente menos avançados. Um segundo ponto é que os elementos que mantém a indústria competitiva são oriundos da expansão do consumo das classes mais pobres e da extrema focalização da empresa nestas classes. Por fim, conclui-se que, no Brasil, a indústria de computadores consegue se manter competitiva sem o desenvolvimento de competências tecnológicas, mas não tem capacidades para se adequar à mudanças de paradigma que vêm ocorrendo na indústria mundial, com destaque para a expansão de notebooks, de conteúdo mais intensivo em tecnologia

ASSUNTO(S)

competitividade internacional computadores - indústria - brasil paradigma international competitiveness computer industry paradigm

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