Organização molecular do espaço intercelular na sinalização do GM-CSF em sistemas hematopoeticos
AUTOR(ES)
Katia Denise de Souza Arcanjo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002
RESUMO
O microambiente da medula óssea desempenha importância fundamental na proliferação e diferenciação das células progenitoras hematopoéticas bem como no controle do egresso dessas células para o sangue periférico. Embora moléculas da matriz extracelular, juntamente com citocinas, sejam cruciais na compartimentalização dos microambientes da medula óssea, ainda não se conhecem os pré-requesitos para que um determinado estroma possa sustentar a hematopoese. Usando uma linhagem celular (FDC-Pl) dependente de fator de crescimento, comparamos modelos experimentais de estromas periféricos e de medula óssea, que sustentam ou não a proliferação mielóide "in vitro". Observamos que todos os estromas produzem um grupo similar de hemopoetinas, incluindo o fator estimulador de colônias de macrófagos e granulócitos (GM-CSF), o qual pode ser liberado das monocamadas estromais, através de altas concentrações de sais, numa forma biologicamente ativa. Por outro lado, glicosaminoglicanos (GAGs) obtidos a partir desses estromas, exibiram uma capacidade de modulação da atividade biológica do GM-CSF variável, dependendo da concentração utilizada. Fibroblastos de pele, que não são capazes de sustentar a mielopoese "in vitro", sintetizam GAGs que podem inibir a atividade mielopoética de GM-CSF. Concluímos que, a qualidade dos glicoconjugados pericelulares dos estromas, presentes no microambiente local, é determinante para que um dado estroma seja capaz de sustentar a mielopoese, mesmo quando hemopoetinas biologicamente ativas são localmente produzidas. Os aspectos espaciais desse microambiente e as interações moleculares entre as células do estroma e progenitores mielóides foram investigados. Demonstramos que esse contato fisico pode disparar um "capping" de moléculas de superfície celular incluindo glicoconjugados de ácido siálico e proteoglicanos. Juntas, essas moléculas, potencialmente interativas com o GMCSF, geram um ambiente intercelular esfecífico, promovendo condições fisico-químicas requeri das para essa interação. A identificação da expressão dos HSPGs associados as superfícies celulares foi monitorada através de RT -PCR. Os estromas analisados mostraram expressão de mRNA para glipicam, betaglicam e sindecam-4. O tratamento das monocamadas estromais com PI-PLC (fosfolipase C) e tripsina branda, confinnou a presença de HSPGs de superfície celular (glipicam) e sindecam, respectivamente. Aproximadamente, 20% dos HSPGs obtidos, estão associados à membrana através de âncoras de GPI enquanto o restante, 80%, permanece integrado à membrana plasmática. Demonstramos que as moléculas marcadas com sulfato radioativo, deslocadas da superfície celular das células estromais após tratamento com tripsina branda, são capazes de aumentar a atividade biológica do GM-CSF, quando comparadas com aquelas deslocadas por PIPLC as quais não apresentaram diferenças significativas se comparadas com o controle. Esses resultados sugerem a existência de HSPGs transmembranares e associados via âncora de GPI nas superfícies das células estromais, e que, a atividade biológica de GM-CSF na proliferação de FDC-Pl "in vitro", é aumentada através de uma possível interação física entre o fator de crescimento e um HSPG transmembranar
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