Ocorrência e distribuição de isópodos terrestres (Crustacea: Oniscidea) em três ambientes florestais na Serra Geral, Rio Grande do Sul

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A subordem Oniscidea Latreille, 1829 é a única ordem de Isopoda que abriga espécies verdadeiramente terrestres. Formam um importante e dominante componente nas comunidades de meso e macro-decompositores de solo. Suas atividades causam um impacto considerável na decomposição através da promoção da respiração microbial e alterações na química dos detritos. No presente estudo investigou-se a abundância, diversidade e composição de espécies de isópodos terrestres em três formações vegetais, na Serra Geral do Rio Grande do Sul – Brasil. A área compreende duas formações espontâneas (Mata Primária e Mata Secundária) e área de plantação de Pinus abandonada, em estágio de sucessão. Para cada área, foram consideradas duas subáreas, contendo dois transectos com 5 armadilhas de queda em cada um, as quais ficaram operantes de 2001 a 2002. Os dados obtidos possibilitaram a realização de inferências sobre as características populacionais apresentadas por duas espécies: Atlantoscia floridana e Balloniscus glaber. Atlantoscia floridana é a espécie mais frequente nas três áreas: 145 indivíduos em Mata Primária, 194 em Mata Secundária e 105 em plantações de Pinus. Balloniscus glaber apresentou abundância de 80 indivíduos em Mata Primária, 82 em Mata Secundária e um indivíduo em plantações de Pinus. A Análise de Similaridade revelou diferença quantitativa entre as áreas, mas não diferença qualitativa. Foram identificados Doubletons para mata primária (Alboscia silveirensis) e plantação de Pinus (Benthana araucariana) e Singletons para a mata secundária (A. silveirensis, B. araucariana e Styloniscus otakensis) e plantação de Pinus (B. glaber). Obteve-se também o registro de uma Duplicata (A. silveirensis) para mata primária e secundária. A Proporção Sexual Operacional (OSR) de A. floridana seguido do Teste G, não verificou diferença entre a proporção sexual apresentada dentro das áreas ou em relação ao esperado 1:1. Atlantoscia floridana apresentou correlação significativa entre o tamanho da fêmea e o tamanho da prole para as três áreas. A menor fêmea ovígera foi encontrada em área de Pinus (0.968mm). Fêmeas ovígeras e pós-ovígeras ocorreram nas estações de verão, outono e primavera (Mata Primária e Plantação de Pinus) e nas quatro estações (Mata Secundária). Quanto à abundância de A. floridana não apresentou diferença significativa entre as áreas. Representantes de todas as classes ocorrem em todas as áreas. Para Balloniscus glaber a Proporção Sexual Operacional (OSR) seguido do Teste G verificou diferença quanto à proporção esperada de 1:1, mas não diferença entre as áreas. Não foi apresentada correlação significativa entre o tamanho da fêmea e o tamanho da prole na Mata Primária e Mata Secundária. Fêmeas ovígeras e pósovígeras ocorreram nas estações de verão e outono (Mata Primária e Mata Secundária). Quanto à abundância B. glaber não apresentou diferença significativa entre as áreas. Representantes de todas as classes ocorrem na Mata Primária e Mata Secundária. Em Plantação de Pinus ocorreu o registro de somente uma fêmea no verão de 2001. A menor fêmea ovígera foi encontrada em Mata Primária.

ASSUNTO(S)

geral, serra isopodos terrestres diversity biodiversidade rio grande do sul serra geral terrestrial isopods atlantoscia floridana balloniscus glaber

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