Obtenção e caracterização físico-química dos biodieseis metílico e etílico de algodão (gossypium hirsutum)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/08/2011

RESUMO

Nesse trabalho são descritas a preparação e caracterização de biodieseis de óleo de algodão obtidos por transesterificação, pelas rotas metílica e etílica. Foram feitas análises do índice de saponificação, índice de acidez, viscosidade cinemática a 40C, índice de peróxido, índice de refração, ponto de fulgor, teor de água e cor ASTM. A reação de transesterificação e o teor de ésteres foram analisados através da Cromatografia de Camada Delgada (CCD) e Cromatografia Gasosa (CG), res-pectivamente. O efeito da adição do antioxidante sintético tert-butilhidroquinona (T-BHQ) nos biodieseis obtidos com relação à estabilidade oxidativa dos mesmos tam-bém foi avaliado. Foi realizada também a Análise Termogravimétrica (TGA) do óleo vegetal e dos biodieseis obtidos e um estudo do comportamento da Massa Específi-ca em função da variação da Temperatura, através da obtenção de uma equação matemática. Com a exceção da estabilidade à oxidação, todos os parâmetros anali-sados estão de acordo com as legislações, sendo avaliada também a possibilidade de utilização da rota etílica frente à rota metílica. O óleo refinado utilizado para pro-dução de biodiesel apresentou índice de acidez igual a 0,52 mg KOH g-1, índice de saponificação de 170 mgKOH g-1, viscosidade cinemática de 44,2 mm2s-1 e estabili-dade à oxidação de 19,04 horas. O biodiesel metílico de algodão apresentou acidez média de 0,17 mg KOH g-1, ponto de fulgor de 170C, massa específica de 883 Kgm-3, estabilidade à oxidação de 4,86 horas, teor de umidade de 248 mg Kg-1 e em sua composição de ésteres um teor de 57,1% de ésteres linoléicos (18:2). O biodie-sel etílico apresentou uma acidez média de 0,16 mg KOH, ponto de fulgor de 168C, massa específica de 877 Kgm-3, estabilidade à oxidação de 4,77 horas, teor de umi-dade de 372 mg Kg-1 e um teor de 55,6% de ésteres linoléicos em sua composição. O rendimento do produto obtido (biodiesel) foi medido em relação à massa i-nicial de óleo refinado utilizado e apresentou valores de 88% para o biodiesel metíli-co e 92% para o biodiesel etílico. Pelas análises de Cromatografia Gasosa (CG) e Cromatografia de Camada Delgada (CCD) observou-se que a reação de transesterificação foi realizada de for-ma satisfatória, e ainda, em nenhuma das rotas utilizadas observou-se a formação de sabões. Apesar dos valores de estabilidade à oxidação encontrados estarem a-baixo do valor mínimo estabelecido pela legislação, isso pode ser facilmente corrigi-do com a adição de aproximadamente 200 mg Kg-1 de Tert-Butilhidroquinona (T-BHQ). As curvas TGA, juntamente com o teor de umidade, indicaram uma quantida-de não significativa de água no produto final, indicando ainda para os biodieseis quando comparados ao óleo que a degradação da amostra ocorre a uma temperatu-ra inferior à que ocorre para este último. Comparando-se as duas rotas de produção, pode-se empregar a rota etílica frente à rota metílica para produção de biodiesel de algodão dentro dos limites acei-táveis para comercialização do produto, usufruindo das vantagens que o etanol traz, menor toxicidade, renovável e consolidada produção no país. Com exceção da estabilidade à oxidação, todas as análises realizadas para os biodieseis encontram-se dentro das legislações estabelecidas, o que potencializa o uso desse material de forma comercial, devido à semente de algodão, a qual é extraída o óleo, representar um subproduto do processo de cultura de algodão, sen-do a fibra a parte integrante mais importante e com maior valor agregado.

ASSUNTO(S)

biodiesel quimica

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