O uso da circulação extracorpórea aumenta o risco de síndrome vasoplégica em pacientes com insuficiência renal crônica hemodialítica submetidos à revascularização cirúrgica do miocárdio

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-08

RESUMO

Resumo Objetivo: O melhor tratamento atual para os pacientes dialíticos com acometimento coronariano multiarterial é a revascularização cirúrgica do miocárdio. Dentre as complicações pós-operatórias, a síndrome vasoplégica de etiopatogenia inflamatória torna-se importante pelo impacto altamente negativo no prognóstico. Considerando que esses pacientes possuem uma exacerbação intrínseca da resposta inflamatória, nosso objetivo foi avaliar a incidência e a mortalidade da síndrome vasoplégica no pós-operatório de revascularização miocárdica nesse grupo. Métodos: Estudo retrospectivo, unicêntrico, de 50 pacientes dialíticos consecutivos e não selecionados, submetidos à revascularização miocárdica, em um hospital terciário universitário, no período de 2007 a 2012. Esses pacientes foram divididos em 2 grupos, de acordo com o emprego ou não da circulação extracorpórea. A incidência e a mortalidade da vasoplegia foram analisadas nos grupos. Após a identificação dos pacientes quanto à presença de vasoplegia, este subgrupo foi estudado separadamente. Resultados: Não houve diferenças demográficas pré-operatórias entre os grupos com circulação extracorpórea (n=20) e sem circulação extracorpórea (n=30). Dados intraoperatórios demonstraram maior número de artérias coronárias revascularizadas (2,8 vs. 1,8; P<0,0001) e maior necessidade de transfusão (65% vs. 23%; P=0,008) no grupo circulação extracorpórea. A incidência de vasoplegia foi estatisticamente maior (P=0,0124) no grupo circulação extracorpórea (30%) em comparação ao grupo sem circulação extracorpórea (3%). A mortalidade dos pacientes com vasoplegia foi 50% no grupo circulação extracorpórea e 0% no grupo sem circulação extracorpórea. A análise do subgrupo vasoplégico não demonstrou diferenças clínicas estatisticamente significantes. Conclusão: O emprego da circulação extracorpórea na revascularização cirúrgica do miocárdio em pacientes com insuficiência renal crônica dialítica aumentou o risco para desenvolvimento de síndrome vasoplégica pós-operatória.

ASSUNTO(S)

revascularização miocárdica insuficiência renal crônica vasoplegia circulação extracorpórea

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