O ROMPIMENTO EM ISABEL ALLENDE E ANA MARIA MACHADO: AS MULHERES TECEM SEU PRÓPRIO DISCURSO / LA RUPTURA EN ISABEL ALLENDE Y ANA MARIA MACHADO: LAS MUJERES CONSTRUYEN SU PROPRIO DISCURSO

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O estudo e a prática da Literatura, em geral, foram efetuados pelos homens, segundo valores patriarcais e tradicionais, os quais estabeleceram as definições sobre o lugar da mulher na sociedade, determinando sua condição de sujeito subordinado ao poder e à margem da história oficial. Diante disso, torna-se pertinente analisar a situação cultural da mulher, no intuito de compreender o modo que ela é observada por si mesma, pelo outro e como ela vê esse outro e transfere isso para as suas produções. A partir dessas considerações, esta dissertação de mestrado objetiva problematizar a literatura escrita pelas mulheres por meio do cotejo entre os romances Eva Luna (1987) e Tropical sol da liberdade (1988) das escritoras Isabel Allende e Ana Maria Machado, os quais dialogam com a obra As mil e uma noites (autoria desconhecida), aproximando o papel de sua personagem principal. Em primeira instância, destacam-se algumas questões relacionadas à narrativa, sua oralidade e a sua conexão com os aspectos identitários, que remetem ao discurso dominante enquanto excludente das outras formas discursivas. A seguir, analisam-se as relações existentes entre Literatura e História, as especificidades de cada discurso, apontando como as vozes marginalizadas, ao longo do tempo, transgridem e reconfiguram os registros oficiais. Enfoca-se, igualmente, o momento histórico que as obras retratam: o início do século XX período em que a Venezuela estava exposta ao regime ditatorial e a um intenso processo de capitalização e o Brasil vivenciava as opressões da ditadura em nome da segurança nacional. Através da prática comparativa, onde os pontos convergentes e divergentes são investigados, pode-se observar a relevância das narradoras e protagonistas dos romances, as quais enfatizam o lugar da mulher no plano da enunciação e da ação, promovendo o modelo de sujeito feminino tradicional à esfera de sujeito ativo e agente de transformações pessoais e sociais.

ASSUNTO(S)

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