O pulsar da vida: cartografando existências e resistências do sistema prisional capixaba / The pulse of life: mapping existences and resistances in the Espirito Santo Carceral System
AUTOR(ES)
Ana Cristina Scopel
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
21/06/2012
RESUMO
De acordo com o Relatório Semestral (dez/2010) do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), o Estado do Espírito Santo possui uma população carcerária de 10.803 internos. Não são poucas as vidas enclausuradas, isoladas do convívio em sociedade e ameaçadas cotidianamente com a invisibilidade social que legitima torturas físicas e psicológicas; são muitas as sobrevidas marcadas por precárias condições de higiene e salubridade, como se pode constatar em material divulgado pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos do ES. Assim, firmou-se como objetivos desse trabalho conhecer a realidade prisional a que estão submetidos os internos do sistema carcerário capixaba, analisar as formas como estes vivenciam o cumprimento de suas penas, conhecer os mecanismos, os dispositivos e as estratégias produzidas por esses internos, as quais os permitem viver, bem como os favorecem no processo de criação, produção e afirmação da vida. Esse trabalho tornou-se possível a partir do acompanhamento cartográfico da Penitenciária de Segurança Máxima I localizada no Município de Viana (ES) e da vida de dois internos que, gentilmente, colocaram-se como parceiros na concretização desse pesquisar. Realizamos, assim, entrevistas continuadas por um período de cinco meses com dois internos da PSMA I, além de transitarmos por tal estabelecimento e de participarmos de algumas atividades por ele propiciadas. Nossas análises apontam para o combate, que se faz necessário nesses espaços de aprisionamento, aos estados de dominação reinantes não só nas prisões, mas circulantes por entre toda a sociedade estados de dominação que sufocam a criação da vida e que devem ser combatidos a partir das práticas de liberdade, práticas questionadoras sempre prontas à reinvenção dos códigos, das normas e das identidades forjadas por um discurso que produz o empobrecimento e massificação dos modos de ser e estar no mundo. Enfatizamos a prisão como um dispositivo marcadamente produtor de adoecimentos, um espaço que não cessa de subtrair a autonomia dos sujeitos, destituindo-os das rédeas de suas próprias vidas. Entretanto, acreditamos que nos movimentos cotidianos da vida, algo sempre escapa às normas, algo esbarra e ultrapassa as regras, produzindo pequenos desvios, recortes e delicados fragmentos que alimentam outra lógica, outras vidas
ASSUNTO(S)
prisão subjetividade normatividade prison subjectivity normativity psicologia
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