O prolongamento da jornada de trabalho e a dupla subordinação contemporânea : estudo junto aos trabalhadores da iniciativa privada em educação da cidade de Pelotas, RS
AUTOR(ES)
Jairo Dias Nogueira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Esta tese analisa a situação dos trabalhadores da educação da cidade de Pelotas, RS, que, após terem cumprido uma jornada legal de trabalho, prolongam-na com horas extras. Atualmente, os trabalhadores dessa categoria profissional, além de ter um contrato formal, vêm incorporando, de forma eventual ou permanente, uma carga horária maior, para garantir sua sobrevivência ou manter seu status quo. A situação de crise, vivenciada pela classe trabalhadora nas últimas décadas, tem gerado uma realidade de desemprego, subemprego e insegurança. A opção pela extensão da jornada está relacionada a algumas implicações: a busca da manutenção do padrão de vida e acesso a bens de consumo modernos; aumento da carga horária de trabalho, após o período legal, com geração de mais desemprego; sobrecarga de trabalho, gerando problemas sociais e de saúde na vida desses trabalhadores, como cansaço, irritação, estresse, perda do convívio familiar. Para este estudo, busquei referências na obra de Marx e de alguns autores contemporâneos, que tratam da temática. Metodologicamente, escolhi 13 (treze) professores, que prolongam a jornada de trabalho, são profissionais que exercem lideranças na educação e em suas áreas específicas. Optei por abordagens qualitativas, dando ênfase à história de vida e à oralidade. As entrevistas realizadas partem da preocupação quanto ao aumento da carga horária, porque ela vem, gradativamente, incorporando-se ao cotidiano desses profissionais. A pesquisa revelou, também, que esses profissionais se voltam, constantemente, aos valores do passado, como forma de referir aspectos vividos, enquanto se mantêm preocupados e inseguros em relação ao presente e ao futuro. A busca de uma vida com mais qualidade pressupõe o rompimento com essa situação que vem alienando e oprimindo, cada vez mais, a classe trabalhadora docente, assim como acontece com os demais trabalhadores. É necessário, pois, uma postura crítica e de enfrentamento para com essa realidade, uma vez que existe um ocultamento e uma absorção silenciosa de intensificação e incorporação de mais trabalho. A perspectiva de ruptura com essa situação encontra-se na organização social e sindical desses profissionais, para que possam identificar as reais conseqüências dessas assimilações contemporâneas, maculadas sob o fetiche da qualidade de vida.
ASSUNTO(S)
servico social qualidade de vida professores - rio grande do sul professores - trabalho jornada de trabalho
ACESSO AO ARTIGO
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1141Documentos Relacionados
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