O paradoxo epidemiológico do baixo peso ao nascer no Brasil
AUTOR(ES)
Silva, Antônio Augusto Moura da, Silva, Leopoldo Muniz da, Barbieri, Marco Antonio, Bettiol, Heloísa, Carvalho, Luciana Mendes de, Ribeiro, Valdinar Sousa, Goldani, Marcelo Zubaran
FONTE
Revista de Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
08/09/2010
RESUMO
OBJETIVO: Identificar a presença do paradoxo do baixo peso ao nascer (BPN) no Brasil. MÉTODOS: As taxas de BPN e de cesárea, de 1995 a 2007, foram estimadas a partir do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. As taxas de mortalidade infantil, foram calculadas por métodos indiretos, com correção para sub-registro. A taxa de escolaridade foi obtida de dados censitários. As tendências da taxa de BPN foram avaliadas utilizando-se modelos de regressão joinpoint. As associações entre a taxa de BPN com outros indicadores foram avaliadas por regressão lowess e correlação de Spearman. RESULTADOS: No Brasil, as tendências da taxa de BPN foram não lineares e não significantes: a taxa caiu de 7,9% em 1995 para 7,7% em 2000, aumentando para 8,2% em 2003 e permanecendo estável em 8,2% em 2007. Entretanto, as tendências variaram nas regiões brasileiras: houve aumentos significantes no Norte (2,7% por ano), de 1999 a 2003, e no Sul (1,0% por ano) e Centro-Oeste (0,6% por ano), de 1995 a 2007. As taxas de BPN foram mais altas e as taxas de mortalidade infantil mais baixas nas regiões mais desenvolvidas do que nas menos desenvolvidas. Em 2005, quanto mais elevada a taxa de mortalidade infantil, menor foi a taxa de BPN (p = 0,009); quanto mais alta a taxa de baixa escolaridade, menor foi a taxa de BPN (p = 0,007); quanto maior o número de leitos de terapia intensiva neonatal por 1.000 nascidos vivos, mais elevada foi a taxa de BPN (p = 0,036). CONCLUSÕES: O paradoxo do BPN foi detectado no Brasil. A taxa de BPN está aumentando em algumas regiões brasileiras. Diferenças regionais na taxa de BPN parecem estar mais relacionadas à disponibilidade de assistência perinatal do que às condições sociais.
ASSUNTO(S)
recém-nascido de baixo peso mortalidade infantil cesárea assistência perinatal brasil
Documentos Relacionados
- Quais fatores podem explicar o paradoxo do baixo peso ao nascer?
- A desigualdade espacial do Baixo Peso ao Nascer no Brasil
- Baixo peso ao nascer em município da região sudeste do Brasil
- Distribuição espacial do baixo peso ao nascer em Sergipe, Brasil, 1995/1998
- Impacto da paridade na taxa de muito baixo peso ao nascer no Sul do Brasil