O papel da simpatectomia videotoracoscópica no tratamento da hiperidrose primária
AUTOR(ES)
Leão, Luiz Eduardo Villaça, Oliveira, Renato de, Szulc, Renuzza, Mari, Jair de Jesus, Crotti, Pedro Luis Reis, Gonçalves, José Julio Saraiva
FONTE
Sao Paulo Medical Journal
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003
RESUMO
CONTEXTO: A hiperidrose essencial é afecção freqüente, que causa importante comprometimento funcional nos portadores. O advento e evolução das técnicas videotoracoscópicas permitiu que a simpatectomia torácica pudesse ser realizada de forma bastante precisa, segura, possibilitando bons resultados e mínima morbidade. OBJETIVO: Avaliar o impacto da simpatectomia torácica por vídeo-toracoscopia em pacientes portadores de hiperidrose severa e com importante comprometimento funcional. TIPO DE ESTUDO: Estudo de curso clínico longitudinal, com alocação de todos os casos de hiperidrose submetidos a tratamento cirúrgico entre maio de 1999 e janeiro de 2003. LOCAL: Disciplina de Cirurgia Torácica, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). PARTICIPANTES: Foram estudados 743 pacientes. A indicação cirúrgica foi principalmente hiperidrose palmar (49,8%); ou palmar-axilar (33,1%). A hiperidrose crânio-facial foi critério de indicação em 8,9% e a hiperidrose axilar isolada, em 2,8%. PROCEDIMENTOS: A operação foi realizada através de simpaticotomias tronculares tranversas, isolando-se o segundo gânglio torácico (T2) em todos os pacientes, sendo realizadas simpaticotomias adicionais sobre T3 ou T4 em função dos sintomas. VARIÁVEIS ESTUDADAS: A evolução clínica foi obtida através de questionários, telefonemas, cartas e depoimentos. Foram formuladas questões simples, relacionadas ao desaparecimento dos sintomas e à presença e intensidade do suor compensatório. RESULTADOS: A operação foi eficaz para a resolução da hiperidrose palmar na totalidade dos casos. Nos casos de hiperidrose crânio-facial, ocorreu recidiva parcial dos sintomas em dois casos (3,0%). Nos casos de hiperidrose axilar predominante, ocorreu recidiva parcial ou persistência de sintomas em 20% dos pacientes. O suor compensatório era considerado desagradável para cerca de 30% dos pacientes, porém em apenas 3% deles chegou ao nível de arrependerem-se da operação. Esse fato ocorreu com maior freqüência em portadores de hiperidrose axilar. Dez casos de complicações ocorreram. CONCLUSÕES: A simpatectomia torácica por vídeo-toracoscopia propicia resultados muito bons na maioria dos pacientes, com um baixo índice de complicações. Contudo, a avaliação dos resultados cirúrgicos pelos critérios convencionais é inadequada, subjetiva e imprecisa. Há necessidade de metodologia diversa, incluindo avaliação de qualidade de vida, para que se possam comparar resultados cirúrgicos.
ASSUNTO(S)
hiperidrose toracoscopia simpatectomia
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