O médico frente ao diagnóstico e prognóstico do câncer avançado
AUTOR(ES)
Trindade, Etelvino de Souza, Azambuja, Letícia Erig Osório de, Andrade, Jeison Pábulo, Garrafa, Volnei
FONTE
Revista da Associação Médica Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-02
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar a postura de médicos frente à informação do diagnóstico e prognóstico de câncer aos pacientes, familiares ou ambos, incluindo uma análise bioética do conflito verificado entre beneficência, respeito à autonomia do paciente e paternalismo. MÉTODOS: Foram entrevistados 38 médicos responsáveis por pacientes com neoplasias malignas em um hospital terciário. O questionário foi dividido em duas partes. Uma com dados gerais do entrevistado e outra com perguntas específicas sobre a transmissão das informações ao paciente e também avaliação da compreensão do médico sobre beneficência. RESULTADOS: Embora 97,4% dos médicos em geral informem o diagnóstico aos seus pacientes, nos casos de doença terminal, 50% se valem da família como apoio. Com relação à informação sobre prognóstico fatal, os que comunicam somente à família foram 63,1%, enquanto 31,6% preferem passar a informação diretamente ao paciente. O estudo mostrou que os profissionais confundem beneficência com paternalismo. CONCLUSÃO: Os médicos têm o hábito de informar o diagnóstico aos seus pacientes. Na impossibilidade de recursos curativos, as atitudes tornam-se conflitantes no que concerne aos princípios da beneficência e autonomia. O número de médicos que acreditam no paternalismo como forma de beneficência é ainda significativo. A atitude paternalista emerge principalmente quando os recursos terapêuticos tornam-se não resolutivos.
ASSUNTO(S)
bioética pacientes graves informação do diagnóstico e prognóstico beneficência paternalismo autonomia
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