O jornalismo e a construção da hegemonia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Os meios de comunicação de massa, em especial aqueles ligados ao jornalismo, são atores essenciais da política contemporânea. Eles são entre várias outras uma das principais instituições que, ao estabelecerem os parâmetros cognitivos por meio dos quais as pessoas lêem e interpretam o mundo, contribuem para a construção da hegemonia, por meio da qual uma classe dominante consegue instituir uma base de consentimento para certa ordem social. Conceito que ganha completude em Gramsci, a hegemonia, se articulada às diferentes teorias do jornalismo que buscam explicar porque as notícias são como são --, tem o condão de construir uma explicação plausível para a relação jornalismo política, bem como para aprofundar a compreensão que leitores e jornalistas possam ter desta atividade. Entremeado por este fio teórico, este trabalho analisa a cobertura que dois grandes jornais paulistas, a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, fizeram, em 2003, dos encontros do Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, e do Fórum Econômico Mundial, que aconteceu na cidade suíça de Davos. Foi um momento em que duas concepções de mundo distintas se apresentavam: uma, ligada às principais instâncias da economia capitalista, com seus teóricos e operadores, marcada pela hegemonia neoliberal; outra, crítica da atual ordem, agrega militantes ligados à esquerda, nos seus diferentes matizes, aos movimentos sociais e ecológicos, e propõe um outro mundo possível. E conclui que o jornal e o jornalismo contemporâneos, para serem adequadamente interpretados, devem ser vistos como um aparelho privado de hegemonia, locus aonde se processa uma disputa entre diferentes concepções de mundo.

ASSUNTO(S)

jornalismo e hegemonia jornais ciencia politica fórum social mundial jornalismo teorias do jornalismo notícias

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