O jogo dramatico em sindrome de Down

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1996

RESUMO

A idéia inicial deste estudo, teve origem na comparação entre dados literários sobre a dificuldade de imaginação em Síndrome de Down e as observações da pesquisadora sobre o desempenho de crianças portadoras desta síndrome, em situação de jogo dramático. A Síndrome de Down é causada por um acidente genético no cromossomo 21, que compromete o sistema nervoso central, trazendo como consequência, retardo mental, hipotonia generalizada e flacidez ligamentar, influenciando o desempenho psico-social e cognitivo dos seus portadores. Ao lado disto, as características faciais destes indivíduos torna-os especiais, dentre os considerados normais. Dados literários apontam que há um retardo de todas as aquisições em Síndrome de Down e que, embora mais tarde, estas crianças percorrem as mesmas etapas esperadas para crianças consideradas normais. O jogo dramático é uma atividade que ocorre com crianças entre os 3 e 11 anos quando, em interações entre si e com os materiais, elas criam situações imaginárias. Do início da idade pré-escolar até o final da idade escolar, o jogo dramático infantil vai se transformando, de acordo com as necessidades e tendências das crianças, assim como pelos incentivos a que são expostas. Entre as várias funções que a literatura delega a esta atividade, destacamos o estímulo à imaginação e a possibilidade de interagir com a realidade sócio-cultural em que estão inseridas, através da representação de papéis, podendo assim, compreender melhor esta realidade, refletir sobre ela e transformá-Ia de acordo com as suas necessidades. São poucos os estudos sobre a atividade lúdica em Síndrome de Down, e estes dizem respeito à capacidade das crianças em criar mais ou menos "substitutos simbólicos" para os objetos e gerar mais ou menos "idéias", quando brincam de fazer-de-conta. Entre os fatores que comprometem a imaginação está a dificuldade de síntese que estes indivíduos apresentam. Para realizar este estudo, partimos do pressuposto que uma intervenção com propostas efetivas do adulto, no processo de construção do jogo de crianças com Síndrome de Down, pudesse garantir a elas um maior domínio desta atividade e as possibilidades interativas e de síntese que o jogo permite. A partir da análise dos dados colhidos em 13 sessões de jogos, realizados por um grupo formado por oito crianças portadoras de Síndrome de Down, pudemos concluir que as crianças estudadas foram capazes de incorporar a estrutura dramática do jogo, utilizando-a para realizar os seus próprios jogos improvisados, independentes do adulto

ASSUNTO(S)

down arte e educação dramatização sindrome de

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