O Internato Médico após as Diretrizes Curriculares Nacionais de 2014: um Estudo em Escolas Médicas do Estado do Rio de Janeiro

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. educ. med.

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/05/2019

RESUMO

RESUMO Instituídas em 2014, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Curso de Graduação em Medicina contêm várias recomendações, especialmente para o internato médico. Apesar do reconhecimento da necessidade de mudanças no que se refere à capacitação profissional para atender às demandas da comunidade, muitos consideraram pouco democrática a instituição dessas DCN. Seu processo de implantação ainda é pouco estudado. Objetivou-se analisar o internato médico em escolas médicas do Estado do Rio de Janeiro após a instituição das DCN de 2014, sob a ótica dos coordenadores de curso e de internato. Em 2016, o Estado do Rio de Janeiro possuía 19 cursos de Medicina, em 15 escolas médicas. Destes, nove cursos participaram da pesquisa. A população de estudo foi representada por 13 participantes – nove coordenadores de curso e quatro coordenadores de internato. Trata-se, assim, de uma amostragem do universo das escolas, sem intenção de generalização dos resultados para todo o Estado. Foram utilizadas abordagens qualitativas e quantitativas. As questões abertas foram submetidas à análise de conteúdo, e a escala atitudinal foi avaliada por análise estatística. Na visão dos coordenadores, todas as escolas médicas estão em processo de adequação às determinações das DCN de 2014. A maioria está de acordo com a inclusão obrigatória, no internato, das áreas de Urgência e Emergência, Atenção Básica e Saúde Mental. Muitas são as dificuldades encontradas no processo de implantação e/ou reestruturação dessas atividades no internato: escassez de cenários; precariedade dos cenários existentes na Emergência do Sistema Único de Saúde; falta de docentes/preceptores e o prazo estabelecido para a implantação das Diretrizes. Entretanto, algumas estratégias têm sido planejadas, como a diversificação dos cenários de prática, a criação de estágios eletivos, o estabelecimento de convênios e parcerias, o desenvolvimento de atividades integradas com outras áreas do internato e a utilização de laboratórios de simulação realística. As escolas médicas vivem um momento de transformação curricular, impulsionado pelas DCN. Esse momento deve ser encarado como uma oportunidade para revisitar o internato médico e, possivelmente, encontrar estratégias para aprimorar a formação médica nesse espaço privilegiado da graduação. Acredita-se que a divulgação dos resultados desta pesquisa possa auxiliar as escolas médicas no processo de apropriação e implantação das determinações das DCN de 2014.ABSTRACT Established in 2014, the National Curricular Guidelines (NCG) for the Undergraduate Medical Course contain several recommendations, especially for Medical Internship. Despite the recognition of the need for changes, in terms of professional training to meet the demands of the community, instituting these NCG was considered by many to be rather undemocratic. Yet, few studies have investigataed the implementation process. The objective was to analyze the Medical Internship in Medical Schools of the State of Rio de Janeiro, after institution of the NCG of 2014, according to the Course and Internship Coordinators. In 2016, the State of Rio de Janeiro had 19 medical courses, in 15 Medical Schools. Of these, nine courses participated in the research. The study population was represented by 13 participants, nine Course Coordinators and four Internship Coordinators. It is thus a sample of the universe of schools, with no intention of generalizing the results to represent the whole State. Qualitative and quantitative approaches were used. The answers of the open-ended questions were submitted to content analysis, the scale was evaluated by statistical analysis. In the view of the Coordinators participating in the research, all Medical Schools are in the process of adapting to the NGC’s determinations of 2014. The majority agrees with the mandatory inclusion of Urgency and Emergency, Primary Care and Mental Health in the Internship areas. Many difficulties were encountered in the process of implantation and/or restructuring of these activities in Internship: scarcity of practical scenarios; precariousness of existing scenarios in emergency care of the Unified Health System; lack of teachers/preceptors; and the deadline established for the implementation of the Guidelines. However, some strategies have been planned, such as the diversification of practice scenarios, the creation of elective internships, the establishment of agreements and partnerships, development of integrated activities with other Internships areas and the use of realistic simulation laboratories. The Medical Schools live a moment of curricular transformation, driven by the NCG. We must see this moment as an opportunity to revisit the Medical Internship and, possibly, to find strategies for the improvement of medical training in this privileged undergraduate space. It is believed that dissemination of the results of this research can help Medical Schools in their appropriation and implementation of the NCGs of 2014.

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