O Grupo Gente Nossa e o movimento teatral no Recife (1931-1939)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esta dissertaÃÃo tem como objetivo analisar o movimento artÃstico proposto pelo Grupo Gente Nossa do Recife, de 1931 a 1939, como um movimento teatral brasileiro em sintonia com os desejos e necessidades de sua Ãpoca. Inserido em um perÃodo encarado como âdecadenteâ por grande parte da historiografia teatral brasileira, a presente abordagem sugere um outro ponto de vista, mostrando que essa fase, ao contrÃrio do que foi exposto, revelou-se em plena produÃÃo em favor de uma arte teatral do Brasil. Na trajetÃria do Grupo verifica-se uma marcante valorizaÃÃo do sentimento regional. Sustenta-se que isto se deve, pelo menos em parte, à figura de seu idealizador e criador Samuel Campelo. Pertencente a uma elite intelectual, a iniciativa do teatrÃlogo proporcionou à cidade o seu primeiro grupo de teatro permanente, alÃm de estimular e provocar mudanÃas significativas naquele ambiente teatral. Levantando a bandeira da luta em prol de um teatro nacional, a mesma que inspirava inÃmeros intelectuais na capital do paÃs, Campelo percorrerà um caminho diferenciado, explorando alguns dos fundamentos das idÃias dos Regionalistas da dÃcada de 1920. Em particular, o intenso valor conferido Ãs tradiÃÃes locais, Ãs glÃrias pretÃritas, ao que era da terra. Os espetÃculos em sua maioria eram dedicados a alguma data histÃrica de Pernambuco e, ao provocar essas imagens do passado nas aberturas das representaÃÃes, o teatrÃlogo, nessa exaltaÃÃo dos herÃis pernambucanos, apoderava-se daquela realidade, daqueles desejos e sonhos patriÃticos, tornando o passado contemporÃneo do presente, inundando-o com forte sentimento localista. A prÃpria escolha do nome pode bem ser tomada como um indÃcio de tais pressupostos. Um nome feito sob medida para despertar o orgulho pelo que à nosso. Coisa nossa, feita por gente nossa. Um nome simples, mas que atingiu uma esfera coletiva e que ganhou grandes proporÃÃes no decorrer do tempo, quando vÃrios grupos, tanto dessa provÃncia como de todo âNorteâ, comeÃaram a imitÃ-lo e a colocar âGenteâ ou âNossaâ em seus nomes

ASSUNTO(S)

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