O fardo holandês: escravidão, África e imigrantes nos livros de história da escola primária na Holanda
AUTOR(ES)
Weiner, Melissa F.
FONTE
Sociologias
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-12
RESUMO
Há muito, os holandeses se orgulham de sua identidade de povo tolerante, "terra prometida" para imigrantes perseguidos e generosa com fundos de "desenvolvimento" direcionados a outras nações. Esquivam-se, contudo, do papel que desempenharam historicamente no imperialismo, na escravatura e no genocídio colonialistas e consideram os não brancos, tanto na Holanda quanto fora dela, ingratos para com a ajuda de seu país. Esse artigo sintetiza pesquisas anteriores1 sobre as representações de escravidão, imigração e da África em todos os livros didáticos de história para ensino fundamental na Holanda publicados a partir de 1980, argumentando que estes apresentam metanarrativas eurocêntricas de europeização racial no contexto único da sociedade holandesa. Esses livros perpetuam o esquecimento social, pelos holandeses, da escravidão e do colonialismo científico, justificam intervenções históricas e contemporâneas na África, essencializam e problematizam os imigrantes e suas culturas, destacam a superioridade holandesa e facilitam a ideia de um "fardo holandês", que encontra a Holanda auxiliando, com relutância, minorias dentro e fora de suas fronteiras. Essas descobertas têm implicações importantes para o país e para todas as nações com uma população crescente de imigrantes, pois os discursos e conhecimentos apresentados nos livros didáticos têm afetado gerações sucessivas de estudantes, que formulam políticas locais e nacionais a respeito das minorias, identidades e ideologias raciais.
ASSUNTO(S)
holanda memória social livros didáticos escravidão raça imigração
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