O estatuto da medicalização e as interpretações de Ivan Illich e Michel Foucault como ferramentas conceituais para o estudo da desmedicalização
AUTOR(ES)
Gaudenzi, Paula, Ortega, Francisco
FONTE
Interface (Botucatu)
DATA DE PUBLICAÇÃO
26/04/2012
RESUMO
Analisa-se o termo medicalização nos estudos de Illich e Foucault, com vistas a oferecer ferramentas conceituais para o estudo dos movimentos contestatórios à medicalização. Illich aborda a hipertrofia da medicalização na modernidade, ressaltando o efeito de redução da autonomia dos sujeitos, sobretudo pelo fato de as instituições médicas assumirem a responsabilidade de cuidar da dor, transformando seu significado íntimo e pessoal em um problema técnico. Foucault aborda a medicalização a partir da noção de biopoder, e, quando trabalha a noção de governamentalidade, abre espaço para a análise das formas de resistência dos indivíduos ao exercício do poder. Ambos os trabalhos, que têm como preocupação propor formas de exercício da liberdade - apesar de Foucault o fazer de forma mais detalhada e diversificada - parecem apropriados para se pensar o processo atual de desmedicalização ou recusa do diagnóstico médico por parte de seus portadores ou familiares.
ASSUNTO(S)
saúde coletiva medicalização autonomia biopoder
Documentos Relacionados
- Ivan Illich: da expropriação à desmedicalização da saúde
- "Interpretar as interpretações": aspectos teóricos da História Intelectual de Michel Foucault
- O conceito de medicalização em Michel Foucault na década de 1970
- Subjetividade e trabalho: algumas contribuições conceituais de Michel Foucault
- Acolhimento e (des)medicalização social: um desafio para as equipes de saúde da família