O desamparo dos pais na clínica psicanalítica: A função cuidadora em movimento

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Neste trabalho, o leitor é convidado a percorrer os caminhos que levam a algumas elaborações relativas à questão do desamparo na teoria psicanalítica, especificamente em Freud, a partir da constituição do eu e da vivência clínica de alguns pais. Desamparo, na obra freudiana, é tomado como condição inerente ao humano. Ele se manifesta na fragilidade do bebê diante de sua incapacidade para sobreviver por seus próprios meios, na angústia diante da separação do objeto do amor, no medo da finitude da vida, na fragilidade do corpo, na ilusão de proteção na civilização. O que se evidencia neste trabalho é como essa experiência psíquica emerge na clínica psicanalítica, ou seja, em que medida o desamparo dos pais é revivido nos filhos, deixando esses pais distantes de sua singularidade, e como o desamparo tem se reatualizado no modo de viver do homem contemporâneo. Através dos cinco casos apresentados, o desamparo apresenta-se como uma condição paradoxal, em outras palavras, o eu, ao ser marcado pelo outro-cuidador remete ao desamparo tanto da condição que aprisiona quanto da condição que liberta, que instiga, indicando o caminho do desejo. Assim, a capacidade de o ser humano se erguer diante de sua fragilidade se faz presente desde as origens; é a vida lutando contra e com a morte.

ASSUNTO(S)

desamparo clinic parents and children eu ego desamparo (psicologia) clínica helplessness contemporaneidade contemporariness psicanálise pais e filhos psicologia

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