O Delicado Manejo da Transferência em Paciente de Difícil Acesso

AUTOR(ES)
FONTE

Psicol. cienc. prof.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-12

RESUMO

Resumo A transferência constitui um acervo de experiências emocionais revividas pelo paciente com o analista. Em pacientes de difícil acesso, as manifestações transferenciais costumam ser intensas e imprevisíveis. Este artigo tem por objetivo analisar algumas vivências transferenciais de uma paciente de 29 anos durante seu atendimento psicoterápico em um serviço-escola de Psicologia. Utilizou-se como estratégia metodológica o estudo de caso e o enfoque psicanalítico para análise dos dados. Durante o processo terapêutico em questão, o vínculo era constantemente atacado por defesas paranoides e por manifestações de angústia, que interrompiam o fluxo associativo, por vezes recuperado mediante a continência afetiva do terapeuta. Do ponto de vista transferencial, notou-se que a permanência do contato analítico desestabilizava os padrões de pensamento e condutas defensivas da paciente, o que suscitava-lhe o sentimento de que parte de seu mundo interno estava desorganizado. Em vários momentos, a paciente sinalizou estar incomodada com as interpretações. Conclui-se que, frente à potencial desorganização do mundo interno, as possibilidades interpretativas advindas da transferência devem ser manejadas com cautela pelo psicoterapeuta, para que não intensifiquem estados primitivos de fragmentação egoica.

ASSUNTO(S)

transferência psicoterapia interpretação psicanalítica

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