O brincar como objeto transicional na humanização do outro

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O brincar por anos foi considerado apenas como atividade realizada por crianças. Hoje se compartilha a noção de que as pessoas brincam porque se sentem bem, e isso não se restringe apenas às crianças, mas também aos adultos que descobrem no lúdico uma forma de encaminhar suas angústias. Todos podemos tirar proveito do brincar, independentemente da idade que temos, ou da dificuldade cognitiva, motora ou intelectual que apresentamos. O importante é que brinquemos para que tenhamos a possibilidade de expressar aquilo que nos ocupa internamente. O presente trabalho trata de um estudo de caso realizado em uma instituição renomada de educação especial do município de Porto Alegre-RS, na qual, durante sete meses, um aluno com comprometimento psíquico foi acompanhado. O aluno em questão, na época com 22 anos, apresentava-se num isolamento que colocava um impasse importante a qualquer proposta pedagógica. Este isolamento sofreu uma ruptura quando o rapaz fez surgir na sala de aula seu interesse por carrinhos. Ele chega à escola com um carrinho em mão e este objeto, acolhido e valorizado pela professora, passa a funcionar como uma ponte para um incipiente diálogo. O modo como o rapaz se utiliza deste carrinho nos remete à teorização de Winnicott (1975) sobre o objeto transicional. Aqui, o objeto transicional entra como suporte na transição de apego do aluno, que durante um longo período se negou a participar de atividades e se relacionar com quem estava a sua volta. A humanização é tarefa difícil e nunca acabada, principalmente quando a pessoa em questão sofre de um certo isolamento. Nesse período, muita coisa foi questionada e analisada e isso fez com que esse assunto fosse ainda mais desenvolvido. Percebemos, através deste estudo de caso, o quanto o brincar pode se colocar como possibilitador do diálogo e de uma certa abertura ao mundo.

ASSUNTO(S)

inclusão escolar brinquedo educação especial

Documentos Relacionados