O a(u)tor e suas "interversões" em Retrato desnatural, de Evando Nascimento

AUTOR(ES)
FONTE

Estud. Lit. Bras. Contemp.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-12

RESUMO

Busca-se empreender uma leitura do livro Retrato desnatural (diários - 2004 a 2007), de Evando Nascimento, publicado em 2008, observando-se no modus operandi dessa escrita que se alberga sob a rubrica ficção a maneira como o autor, em consonância com a noção de "texto escrevível", de Roland Barthes, entretém um diálogo com diversas linguagens artísticas (artes plásticas, música, teatro, cinema, literatura), bem como com a filosofia ocidental. Será verificado também que esse diálogo, por sua vez, desemboca na ideia de expropriação do sujeito, uma vez que o autor reconhece, sob a marca do "próprio", os inúmeros rastros deixados pelo outro em sua escrita. Os copiosos eus que integram a confecção de seu autorretrato, vestígios deixados pelo outro em si, compõem a imagem exata de sua inata "movência" – pantomimas do a(u)tor a exibir suas múltiplas interversões, redefinindo a tarefa mesma de autoengendramento pela escrita, ao postular que "tudo então são ficções diárias, ou seja, infixões, deslizes, rolagens de um eu e seus outros. até onde" (Nascimento, 2008, p. 160). Singulares snapshots a ostentarem para nós, leitores/espectadores, sua única face possível: um retrato desnatural.

ASSUNTO(S)

retrato desnatural evando nascimento performances

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