Novas espécies de Escovopsis, sua dispersão e virulência na simbiose formigas Attini Leucoagaricus gongylophorus / New species of Escovopsis, their dispersal and virulence in the Attine ant symbiosis ‐ Leucoagaricus gongylophorus

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/11/2011

RESUMO

Um exemplo notável de mutualismo é a relação simbiótica entre as formigas attine (Formicidae: Attini) e seus jardins de fungos (Leucocoprineae e Pterulaceae) cultivados como fonte de alimento. Muito embora exemplo clássico de mutualismo, evidências crescentes mostram que esta simbiose representa uma complexa associação de parasitas e hospedeiros, como por exemplo, Escovopsis, que é um micoparasita específico dos jardins de fungos das formigas attine. Do ponto de vista evolutivo, há grande interesse neste micoparasita, embora pouco se saiba sobre sua biologia e diversidade. Esta tese marca o início de um esforço que almeja investigar o modo de transmissão e a diversidade de Escovopsis isolados de colônias de Acromyrmex. As principais conclusões desta tese são: i) Utilizando dados morfológicos e moleculares, quatro novas espécies de Escovopsis são descritas e ilustradas - E. niveo-chlamydosporiformans, E. lentecrescens, E. microsporum e E. moelleri. Uma chave dicotômica prontamente os separa uns dos outros e das duas espécies já descritas no gênero. Como essa pesquisa se concentra em apenas uma pequena região geográfica, este achado indica que pode haver muito mais espécies de Escovopsis dentro da faixa geográfica das Attini. ii) O trabalho de campo revela que Escovopsis é provavelmente transmitido horizontalmente. Porem, não se pode afirmar que este micoparasita seja exclusivamente transmitido horizontalmente e atualmente estamos estudando a possibilidade de transmissão vertical do mesmo.iii) As espécies de Escovopsis estudadas não se mostraram virulentas, ao contrário do que aponta a literatura. Esta informação se baseia não somente em nosso experimento como também no fato de colônias saudáveis de laboratório naturalmente abrigarem pelo menos dois morfotipos do micoparasita (J.O. Augustin, H.C. Evans &S.L. Elliot, unpublished data) e em evidências da literatura para sua presença consistente em colônias hospedeiras. A simbiose formigas attine - microrganismos é um sistema com potencial para ser usado em futuras pesquisas sobre o estudo das interações parasita-hospedeiro, uma vez que a taxa de infecção colonial pode ser acessada ao longo do tempo e do espaço. Isto se deve ao fato dos simbiontes poderem ser isolados e mantidos em condições de laboratório por longos períodos de tempo e reisolados. Além disso, se considerarmos a grande diversidade de outros microrganismos que atualmente são conhecidos da simbiose formigas cultivadoras de fungo, parece possível a existência de outros microrganismos parasitas que não somente Escovopsis. Se isso for verdade, então podemos prever que eles possam representar caminhos promissores para futuros estudos.

ASSUNTO(S)

ecologia hypocreales parasitismo transmissão simbiose formigas cortadeiras ants symbiosis transmission parasitism hypocreales

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