No purgatorio da critica : Coelho Neto e o seu lugar na historia da literatura brasileira

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

As perspectivas analíticas da obra literária de Coelho Neto foram formuladas no final do século XIX por José Veríssimo, Araripe Jr., Adolfo Caminha, Nestor Vítor e Lima Barreto. É neste período que podemos encontrar os dois vetores críticos que condicionariam grande parte da interpretação crítica e historiográfica da obra do escritor de A Conquista. O primeiro vetor é aquele que procura pensar o texto literário do romancista a partir de sua inserção na tradição realista/naturalista. Deste ângulo, o escritor seria valorizado ou desqualificado por sua capacidade de observação e de adesão à realidade local. A palavra chave reiterada no decorrer das décadas para precisar o significado de sua obra era documental, i.e., literatura preocupada em flagrar um instante político e social do país. No segundo vetor, é o lado ornamental do romancista que será objeto de dúvidas ou de aceitação por parte dos críticos. Sendo que o aspecto ornamental da escrita de Coelho Neto colocava em primeiro plano a sua prosa poética e o seu lado imaginativo. Estes dois vetores constituiram de tal forma um legado crítico para a interpretação da obra literária de Coelho Neto, que mesmo o furor dos jovens modernistas da Semana de 22 ou os esforços revisionistas das décadas de 80 e 90 pouco acrescentaram à fortuna crítica do autor. O que me fez perguntar em que medida a obra do romancista não teria sido satisfatoriamente situada e interpretada pela crítica e pela história literária já na primeira metade da década de 60, quando ocorre um balanço do processo de reabilitação iniciado nos anos 40, e que portanto, a questão para os estudos literários atuais sobre Coelho Neto seria pensar de que lugar devemos julgá-lo ou analisá-lo esteticamente

ASSUNTO(S)

historiografia literatura - historia e critica

Documentos Relacionados