Nenhum de nós é tão esperto como todos nós: construindo histórias de sucesso na inclusão de crianças com deficiência mental na creche

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo analisar experiências de sucesso na inclusão de crianças com deficiência mental em programa de creche. Constituindo-se em uma pesquisa de caráter participante, foram desenvolvidas intervenções em uma creche do município de São Paulo, envolvendo educadores, gestores e as crianças com deficiência mental nela incluídas. Tendo como unidade de análise as interações criança-criança e criança educador, foram desenvolvidas observações sistemáticas, realizadas palestras, trabalhos em parceira com as educadoras visando à melhor compreensão e atendimento às crianças com deficiência e, ainda, conversas com a Diretora e a Coordenadora Pedagógica, objetivando a análise reflexiva sobre o cotidiano da creche a proposição de ações que fossem favorecedoras do sucesso no processo inclusivo. Entendendo inclusão como a participação plena e com sucesso nas atividades pedagógicas desenvolvidas, partiu-se do pressuposto que, para que se efetive ações verdadeiramente inclusivas, e portanto, transformadoras, é necessário que se analise os contextos nos quais as exclusões são produzidas. Tendo como foco as crianças com deficiência mental incluídas na creche, essa foi estudada a partir do referencial da teoria histórico-cultural de Vygotsky, que aborda a deficiência mental como processo, e aponta para a importância das vivências coletivas, da interação com pares e da mediação pedagógica como elementos fundamentais para o desenvolvimento destas crianças. A análise dos dados demonstrou que a construção de histórias de sucesso na inclusão de crianças com deficiência mental em programas educacionais passa por uma reestruturação desses programas, que envolve, por um lado, a superação de barreiras atitudinais e, por outro, o oferecimento, ao educador, de possibilidades de acesso a conhecimento que lhe permita elaborar estratégias de intervenção que, respeitando as particularidades da criança com deficiência, e garantindo a sua participação no coletivo, sejam carregadas de intencionalidade pedagógica. Para que isso seja possível é preciso que aqueles que se propõem a apoiar programas inclusivos e, principalmente, a formar educadores na inclusão, desenvolvam ações pautadas na vivência coletiva, na parceria e na interação com o educador, de forma a contruir um contexto de significação que amplie a consciência de todos os nele envolvidos sobre o tema, e permita a implementação de ações, verdadeiramente, inclusivas

ASSUNTO(S)

psicologia educacional creches criancas deficientes mentais

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