Nação, infância e seus outros: literatura infantil brasileira do século XIX ao início do XX
AUTOR(ES)
Hansen, Patricia Santos
FONTE
Revista Brasileira de História
DATA DE PUBLICAÇÃO
2022
RESUMO
RESUMO A literatura infantil brasileira tem sido um campo de poder disputado por diferentes projetos político-ideológicos desde o seu surgimento. Neste artigo, visamos evidenciar que, independentemente das variadas inclinações políticas de seus proponentes, a correspondência entre a “infância brasileira” e o fenótipo europeu foi hegemônica na produção dirigida aos futuros cidadãos. Paralelamente, o apagamento da diversidade populacional, por meio do embranquecimento da população de origem africana e da associação dos povos originários à selvageria - dentre outros artifícios textuais -, contribuiu para naturalizar a imagem de brasileiros e brasileiras como brancos. Malgrado a pouca atenção que a historiografia costuma dedicar à literatura infantil, o argumento apresentado aponta para o papel que as práticas de edição e mediação dessas leituras assume na manutenção do racismo estrutural, negando os mais fundamentais direitos e cidadania a considerável parte da população infantil e juvenil do Brasil.
Documentos Relacionados
- Educação especial em Sergipe do século XIX ao início do século XX: cuidar e educar para civilizar.
- A geografia e os seus livros didáticos sobre Sergipe: do século XIX ao século XX.
- A geografia e os seus livros didáticos sobre Sergipe: do século XIX ao século XX.
- A produção de manuais didáticos de história do Brasil: remontando ao século XIX e início do século XX
- As imagens retirantes. A constituição da figurabilidade da seca pela literatura do final do século XIX e do início do século XX