Myxozoa em peixes autoctones mantidos em sistemas de criação : taxonomia e relação parasito-hospedeiro

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

A ocorrência de mixosporídeos parasitos de peixes foi avaliada em exemplares de pacu (Piaractus rnesopotarnicus ), curimbatá (Prochilodus lineatus) piauçu (Leporinus rnacrocephalus) e matrinxã (Brycon cephalus) obtidos de desova artificial e mantidos em um tanque do Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros Continentais CEPT A/IBAMA, localizado em Pirassununga, SP. Brasil. Mensalmente, de março de 2000 a fevereiro de 2002, cinco exemplares de cada espécie foram sacrificados para o exame parasitológico. A identificação do parasito foi mediante análise morfológica e comparação com as espécies já descritas na literatura. Órgãos ou parte de órgãos parasitados foram fixados para o estudo histopatológico e ultra-estrutural. Nos espécimes de curimbatá encontramos duas espécies de mixosporídeos: Myxobolus porojilus formando plasmódios esbranquiçados e redondos encontrados livres na cavidade visceral de 2,5% dos peixes examinados e Henneguya sp. 1. encontrado nas regiões intra e inter lamelar das brânquias, com prevalência de 48,3%. As análises histopatológica e ultra-estrutural revelaram a formação de uma fina cápsula de colágeno envolvendo os plasmódios de Henneguya sp. 1. o parasito produziu deformações nas estruturas lamelares, tais como deslocamento lateral das lamelas vizinhas, fusão lamelar e hiperplasia de células epiteliais. Em pacu observamos a ocorrência de três espécies de mixosporídeos: Henneguya piaractus infectando as brânquias com prevalência de 45%, sendo que a menor prevalência foi registrada em peixes mais jovens;. Henneguya sp 2. parasitando a bexiga natatória e membrana serosa da cavidade visceral com prevalência de 8,3% e a infecção foi registrada apenas em exemplares jovens, e Myxobolus sp. 1 que apresentou prevalência de 60% e foi encontrado na vesícula biliar, bexiga urinária, brânquias, baço, nadadeiras, superfície da cabeça, fígado e coração. A ocorrência do parasito se deu durante todo o período de estudo e não houve variação de uma estação para outra nem com o tamanho do hospedeiro. Os plasmódios de H piaractus foram do tipo intralame1ar e o desenvolvimento dos mesmos resultou na dilatação das lamelas infectadas com discreta hiperplasia epitelial e as lamelas vizinhas foram deslocadas lateralmente. A análise ultra-estrutural mostrou canais de pinocitose e pontos de fagocitose na parede dos plasmódios de H piaractus e houve contato direto das células hospedeiras com esta parede. Os plasmódios de Henneguya sp. 2 apresentaram coloração amarelada e forma arredondada, com tamanho variando entre 0,5 a 3,0 mm. As análises histopatológica e ultra-estrutural mostraram a formação de uma espessa cápsula de tecido conjuntivo envolvendo os plasmódios, e na bexiga natatória, o desenvolvimento do parasito produziu espessamento da túnica externa e uma reação granulomatosa. Myxobolus sp. 1 produziu importantes alterações apenas nas brânquias, onde causou deformação das arteríolas dos filamentos, com redução, e em alguns casos, obstrução destes vasos. Nos espécimes de piauçu e matrinxã não foram observadas infecções por mixosporídeos durante o decorrer deste trabalho

ASSUNTO(S)

peixe - parasito parasito peixe

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