Mulheres negras da montanha: a religiosidade das benzedeiras de Rio de Contas

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/10/2012

RESUMO

Ao escrevermos nesse texto sobre as mulheres negras e benzedeiras das montanhas de Rio de Contas BA abordaremos a benzedura, talvez, sob um aspecto nunca antes estudado. Nossa pesquisa se realiza sobre um tripé que se apresenta como eixos capítulos que procuram responder à relação das benzedeiras negras de Rio de Contas de suas antepassadas pela oralidade. Para darmos conta dessa empreitada nos valeremos de algumas abordagens tais como: sobre a história da cidade de Rio de Contas com seus aspectos naturais, sociais e religiosos, partindo de textos históricos e materiais do Arquivo Histórico Municipal; sobre a história da mulher negra no Brasil e sua relação direta com a mulher africana, principalmente no que diz respeito à religiosidade, à arte comercial e sua colaboração na elaboração de uma identidade nacional; sobre a benzedura como desdobramento do ato de cuidar e seus riscos para as mulheres, sobretudo na época (Idade Média) em que foram perseguidas como divulgadoras das ações do demônio. Tudo isso respaldado por entrevistas que darão ênfase à caracterização da benzedura em Rio de Contas com seus aspectos relevantes. A vida é tecida nos encontros e desencontros do cotidiano produzindo assim equilíbrio e desequilíbrio. A benzedura, como aspecto da religiosidade popular, se apresenta como um meio eficaz simbólico na reelaboração das possibilidades perdidas de articulação da cidadania. Por meio da oralidade e memória reconquistada nas orações e gestos de cura, encontramos em cada benzedeira negra de Rio de Contas, uma alternativa capaz de realinhar o ser humano desejoso de estar bem para realizar sua tarefa no mundo onde se situa. Cada uma dessas benzedeiras carrega em si o dom de ser mulher, negra, mãe, tia, avó, madrinha, parteira, com suas conseqüências sociais. É uma referência positiva em meio aos destroços de uma sociedade competitiva que mesmo assim procura o transcendente por vias da magia

ASSUNTO(S)

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