Mortes infantis em Cabinda, Angola: desafio para as políticas públicas de saúde

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. epidemiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-12

RESUMO

OBJETIVO: Discutir criticamente, descrever e analisar os dados e óbitos infantis disponibilizados pelos serviços públicos da província de Cabinda, Angola. MÉTODO: Foram estudados óbitos de menores de um ano de idade, em 2007 e 2008, da província de Cabinda. Utilizaram-se os registros do hospital provincial e do escritório provincial da Organização Mundial da Saúde (OMS) de Cabinda, considerando as dificuldades e limitantes da qualidade e disponibilidade das informações locais. RESULTADOS: Em 2007, nasceram 11.734 crianças; destas, 366 morreram no primeiro ano de vida: 113 no primeiro dia e 87 até o 28º e 166 nos 337 dias restantes Em 2008, nasceram 13.441 e morreram 275 crianças; destas, 109 crianças no primeiro dia de vida e 69 até o 28º dia de vida. A malária destaca-se como principal causa de morte (uma a cada três). A pneumonia, segunda causa em 2007 e terceira em 2008, com expressiva redução de 65 para 40 óbitos, respectivamente. As diarreias de 2007 (9,83%) diminuíram em 2008 (3,27%). O tétano responde por cerca de 5% das mortes. As causas perinatais aumentaram de proporção, particularmente a asfixia neonatal (17,75% em 2007 e 26,90% em 2008) e a prematuridade (13,38% em 2007 e 17,45% em 2008). CONCLUSÕES: Melhorias na qualidade de assistência pré-natal, ao parto e ao recém-nascido de risco poderiam reduzir a mortalidade infantil. A falta de saneamento básico, condições inadequadas de abastecimento de água e acesso aos serviços de saúde revelaram ter papel importante como condicionantes da elevada mortalidade infantil observada em Cabinda. Evidencia-se a necessidade de reorganizar o sistema de registro civil.

ASSUNTO(S)

mortalidade infantil estatísticas vitais indicadores básicos de saúde registros médicos sistemas de informação serviços de saúde

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