Mortalidade materna: realidade que se faz conhecer lentamente / Maternal mortality: reality makes itself known slowly

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/11/2002

RESUMO

O presente estudo teve como eixo condutor a temÃtica mortalidade materna, principalmente no que concerne à estruturaÃÃo da VigilÃncia EpidemiolÃgica como forma de analisar seu processo de implantaÃÃo no estado do Cearà com seus respectivos municÃpios. Foi baseado na anÃlise de 1072 Ãbitos maternos, ocorridos no perÃodo de 1991 a 2001. Os Ãbitos de 1991 a 1992 tiveram como fonte as declaraÃÃes de Ãbitos no Sistema de InformaÃÃo de Mortalidade com um reconhecido sub-registro. No perÃodo de 1993 a 1997, foram utilizadas as fichas confidenciais de Ãbito materno, complementando as informaÃÃes atravÃs dos prontuÃrios hospitalares, entrevistas domiciliares e com profissionais de saÃde contando-se com as anÃlises do Comità Estadual de PrevenÃÃo da Mortalidade Materna. De 1997 a 2001, tivemos oportunidade de aprofundar as anÃlises por se ter os dados informatizados atravÃs do programa EPI INFO e ser factÃvel a investigaÃÃo das seguintes variÃveis: razÃo de mortalidade materna, razÃo de mortalidade especÃfica por causas obstÃtricas diretas, fatores obstÃtricos que causaram a morte materna, fatores pessoais, sÃcio- econÃmicos, de assistÃncia à saÃde materna e do sistema de informaÃÃo. De 1991 a 1996, as razÃes de mortalidade materna apresentaram-se numa tendÃncia claramente crescente, variando de 22,8 por 100.000 nascidos vivos a 95,1 por 100.000 nascidos vivos, respectivamente. Essa tendÃncia ascendente ficou explicada pela significativa melhoria dos registros de Ãbitos. Nos dois Ãltimos anos, houve reduÃÃo da mortalidade materna para um patamar de 76,0 por 100.000 nascidos vivos. Ãndice esse considerado bastante elevado mas demonstrando acentuado declÃnio, principalmente em decorrÃncia da diminuiÃÃo de Ãbitos por causas obstÃtricas diretas, que tiveram diminuiÃÃo em 34,7% de 1998 a 2001. Dentre os fatores pessoais e sÃcio-econÃmicos das mulheres grÃvidas que resultaram em Ãbito, a pouca escolaridade, a baixa renda familiar, a idade entre 20 e 29, compreendida como ideal para reproduÃÃo, concentraram maior percentual destes. Os fatores da assistÃncia deficiente e inadequada junto com as condiÃÃes sÃcio-econÃmicas estiveram associados aos Ãbitos, quase como que os determinando.O estudo demonstrou, que o desenvolvimento de aÃÃes seletivas no nÃvel primÃrio e terciÃrio de atenÃÃo tem contribuÃdo de maneira inquestionÃvel para a reduÃÃo da mortalidade materna verificada. A despeito destes avanÃos tambÃm identificou-se um elenco variado de necessidades de intervenÃÃes que persistem e constam das recomendaÃÃes para a Secretaria Estadual de SaÃde seguir enfrentando a mortalidade materna, atravÃs de polÃticas pÃblicas estaduais adequadas e oportunas.

ASSUNTO(S)

saude coletiva mortalidade materna fatores pessoais fatores socioeconÃmicos maternal mortality, personal factors, socio-economic conditions

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