Mortalidade atribuível ao tabagismo no Brasil em 2003

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/03/2007

RESUMO

Existem vários métodos para fazer a estimativa da mortalidade atribuível ao tabagismo (MAT). Estimativas confiáveis da MAT são muito importantes para planejar, implementar e avaliar o impacto de programas de controle do tabagismo. A presente dissertação descreve o resultado de uma revisão dos artigos sobre MAT publicados nas bases Medline, Lilacs e Bireme até 20/10/2005. Foram identificados e analisados sete métodos para cálculo da mesma. O método de Levin, o primeiro a ser descrito - em 1953 - faz o cálculo do risco atribuível populacional. Doll &Peto utilizaram o excesso de mortalidade. Peto et al apresentaram posteriormente método semelhante, mas que prescinde da prevalência do tabagismo. McAnulty et al estimaram a MAT a partir de declarações de óbitos. Sterling et al, Malarcher et al e Thun et al propuseram três métodos diferentes de correção por possíveis fatores de confusão dos riscos relativos das doenças associadas ao tabagismo. O método de Levin, descrito há mais de 50 anos, constitui a base metodológica para um programa computacional utilizado nos Estados Unidos desde 1987 chamado Adult Sammec (Smoking- Attributable Mortality, Morbidity and Economic Costs). Este aplicativo, desenvolvido pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC), foi usado para fazer o cálculo da MAT no Brasil em 2003, ajustada por idade para pessoas de 35 ou mais anos de idade. As taxas de mortalidade atribuível ao tabagismo foram padronizadas para a distribuição etária da população brasileira em 2000. Os dados de mortalidade obtidas do Sistema de Informação de Mortalidade e as taxas de prevalência do tabagismo para 2003 obtidas pelo do Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis, combinados com os riscos relativos produzidos pelo estudo prospectivo Cancer Prevention Study II da American Cancer Society ,foram utilizados para produzir a estimativa da mortalidade atribuível ao tabagismo para dezesseis das capitais brasileiras para o ano de 2003. Os resultados mostraram que em 2003, um total de 24222 brasileiros (16896 homens e 7326 mulheres) morreram em decorrência do tabagismo ativo nas cidades estudadas. As principais causas de mortes por doenças tabaco-associadas foram obstrução crônica de vias aéreas (4419 mortes), doença isquêmica do coração (4417 mortes), câncer de pulmão (3682 mortes) e doença cerebrovascular (3202 mortes). Foram atribuíveis ao tabagismo 13,64% das mortes ocorridas em 2003 de adultos com 35 ou mais anos por todas as causas nas dezesseis capitais (18,08% entre homens e 8,71% entre as mulheres). Durante o ano de 2003, o tabagismo foi responsável por 419935 anos potenciais de vida perdidos (APVP) para adultos (279990 APVP para homens e 139945 APVP para as mulheres) nas 16 capitais brasileiras. Esses resultados, juntamente com o consumo anual de cigarros per capta e o grau de desnormalização do tabagismo no país permitem classificar o Brasil como um país em estágio III no modelo clássico da pandemia do tabagismo. Considerando-se as recomendações relacionadas a este estágio, as políticas de saúde pública para o controle do tabagismo no país devem priorizar o acesso da população fumante a métodos eficazes de cessação do tabagismo e as políticas de ambientes livres de fumo, já que leis abrangentes que promovem ambientes 100% livres de fumo devidamente implementadas, aplicadas e fiscalizadas levam à reduções no consumo diário dos cigarros, aumento da procura por tratamentos para parar de fumar, aumento da cessação do tabagismo e à prevenção da iniciação

ASSUNTO(S)

tabagismo/mortalidade decs mortalidade decs estudos epidemiológicos decs risco atribuível decs revisão decs métodos decs medidas, métodos e teorias  decs dissertações acadêmicas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg. técnicas de estimativa decs

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