Molecular epidemiology and risk factors for nasal carriage of Staphylococcus aureus and methicillin-resistant S. aureus in infants attending day-care centers in Brazil. / Epidemiologia molecular e riscos associados ao portador nasal de Staphylococcus aureus isolados de crianças de creches de Goiânia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Objetivos: (i) avaliar a prevalência de portador nasal de Staphylococcus aureus e S. aureus resistentes à meticilina (MRSA) em crianças que frequentam centros municipais de educação infantil (CMEIs) no município de Goiânia; (ii) determinar os potenciais fatores de risco relacionados com a colonização nasal pelo S. aureus e por MRSA; (iii) caracterizar os isolados de MRSA circulantes nos CMEIS utilizando métodos de tipagem molecular. Material e Métodos: De agosto e dezembro de 2005, swabs nasais foram coletados de crianças menores de cinco anos de idade atendidas em 62 CMEIs do município. Informações clínicas e sócio-demográficas associadas à aquisição de S. aureus e MRSA foram obtidas por meio de questionários aplicados aos pais ou responsáveis. Os swabs foram processados seguindo metodologia padronizada para identificação e isolamento de S. aureus. A confirmação da espécie foi realizada pela amplificaçao do gene femB por reação em cadeia da polimerase (PCR). A presença do gene mecA foi detectada por PCR e os isolados positivos foram identificados como MRSA. O perfil de suscetibilidade para estes isolados foi determinado pelo método de disco difusão. A tipagem molecular dos MRSA foi realizada pelas técnicas de PFGE, MLST, spa typing e SCCmec multiplex PCR. Utilizou-se regressão logística para o cálculo do odds ratio e respectivos intervalos de 95% de confiança. Resultados: Entre os 1.192 swabs coletados, 371 (31,1%) foram positivos para S. aureus e 14 (1,2%) foram identificados como MRSA. Os fatores independentemente associados ao portador nasal de S. aureus foram: crianças acima de dois anos de idade (OR=1,83; IC95% 1,27-2,65) e ter frequentado outra creche (OR= 1,48; IC95% 1,01-2,16). Alto grau de escolaridade da mãe foi um fator protetor para a colonização por S. aureus (OR=0,43; IC95% 0,23-0,80). Uma linhagem genética predominante foi identificada compreendendo 8 dos 14 MRSA isolados. Esta linhagem apresentou perfil de multirresistência, SCCmec tipo IIIA, ST239 e spa type t037, compartilhando 82,7% de similaridade genética com o Clone MRSA Brasileiro. Uma cepa MRSA foi classificada como SCCmec tipo V e ST1120. Esta cepa apresentou características genéticas de MRSA associados à comunidade embora tenha sido recuperada de criança com fatores de risco para aquisição de MRSA relacionado ao serviço de saúde. As demais cepas MRSA apresentaram composição genética bastante diversa. Conclusões: A prevalência de crianças de creches colonizadas pelo S. aureus é alta. Embora a prevalência para MRSA tenha sido baixa nessas crianças, elas representam vetores potenciais de disseminação de MRSA para comunidade. A detecção de uma linhagem de MRSA circulando nos CMEIs e associada a serviços de saúde pode estar sinalizando uma rota de transmissão cruzada destes microrganismos entre hospitais e comunidade.

ASSUNTO(S)

crianças children colonização nasal creches s. aureus mrsa day-care centers nasal carriage s. aureus mrsa epidemiologia

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