Misoprostol versus laminaria no preparo cervical em gestações com obito fetal
AUTOR(ES)
Fernanda Garanhani de Castro Surita
DATA DE PUBLICAÇÃO
1996
RESUMO
Sabe-se que um colo uterino amadurecido é muito importante para o sucesso de uma indução de parto. Muitos métodos, mecânicos e químicos, de preparo cervical são estudados mundialmente com esse propósito. Entre os primeiros destacam-se as laminárias que mostraram desempenho satisfatório, sendo eficazes e seguras. Dentre os métodos bioquímicos, utilizaram-se estrogênios, relaxina e prostaglandinas (PG). Na atualidade, as PG são utilizadas rotineiramente em muitos países, com eficácia e segurança comprovadas. Não se dispõe no Brasil de nenhum desses métodos para uso comercial de rotina, provavelmente por facilitarem a prática do aborto ilegal. A única PG comercializada com outras finalidades terapêuticas, é a PGE1 metil-análoga (misoprostol), em comprimidos de 200 mcg. Seu uso na prática obstétrica tem aumentado recentemente pelo baixo custo em relação às demais, sem desvantagens em termos de eficácia. Tendo por objetivo de avaliar o grau de modificação cervical com o uso de dois diferentes métodos, realizou-se na Disciplina de Obstetrícia da FCM/UNICAMP um ensaio clínico randomizado e cego, com 60 gestantes que apresentaram óbito fetal, idade gestacional de 16 semanas ou mais e colo uterino com índice de Bishop menor ou igual a cinco, sem atividade uterina. As gestantes foram aleatoriamente divididas em dois grupos, sem diferença significativa com relação às variáveis de controle. Elas tiveram um comprimido de misoprostol ou uma laminaria inseridos intracervicalmente, 24 horas antes de se iniciar a indução ocitócica. Houve diferença de efeitos entre os dois grupos, sendo que 78,9% das mulheres que utilizaram misoprostol evoluíram para parto durante as 24 horas reservadas para o preparo cervical. Não houve diferença significativa quanto às complicações maternas nos dois grupos, tendo sido menores a quantidade de ocitocina utilizada, o tempo de internação e o custo hospitalar no grupo que utilizou misoprostol. Conclui-se que ambos os métodos foram eficazes e seguros e que o misoprostol, na dose e via em que foi utilizado, resultou não só como método eficaz de preparo cervical, mas também de indução de parto nessa população estudada
ASSUNTO(S)
gravidez trabalho de parto prostaglandinas
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000115460Documentos Relacionados
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